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“Queremos ser o veterinário de família”

Um espaço prestes a ser renovado, e onde o tutor do animal pode esperar o melhor acompanhamento, com um laboratório totalmente equipado, é assim o «O Médico Veterinário do Meu Melhor Amigo», no Pinhal Novo. 

Esta é mais uma clínica veterinária do Grupo «O Médico Veterinário do Meu Melhor Amigo», que se instalou no Pinhal Novo a 1 de Novembro de 2016, sob a gestão do médico veterinário Miguel Pinto. “Tudo começou um pouco por acaso, eu nunca tinha vindo ao Pinhal Novo, e vim cá porque me falaram deste espaço onde já tinha funcionado uma outra clínica veterinária. Acabámos por ficar com este negócio, que foi aberto a 1 de Novembro de 2016, e temos vindo a avançar aos poucos. Gosto muito desta vila e identifico-me muito com esta zona e sinto que é aqui que devo investir, porque tem muito potencial e tem dado os seus frutos.  

Temos outra clínica em Vila Chã, no Barreiro, e em apenas dois anos já vamos avançar para uma terceira clínica, desta feita no centro de Lisboa. Apesar de termos a força de um grupo e trabalharmos todos em parceria e com os espaços de outros colegas, gosto que cada uma delas trabalhe de forma autónoma, pelo que todas as clínicas estão aptas a prestar o melhor serviço possível ao cliente e contam com os equipamentos necessários para isso.” 

 Equipamentos laboratoriais permite respostas rápidas  

 A clínica do Pinhal Novo não é exceção e “o nosso equipamento laboratorial permite analisar de problemas hormonais a hemogramas, a bioquímica, onde avaliamos os rins e fígado, citologias, entre outros aspectos, o que nos permite dar uma resposta entre dez a quinze minutos, o tempo de processar as análises, o que para os tutores é também menos angustiante, porque não precisam de espera dez a doze horas pelos resultados. O comum nos veterinários é enviar amostras para análise externa, mas aqui temos todos os equipamentos que nos permitem uma resposta mais rápida e um tratamento mais adequado aos casos que nos chegam. 

A aceitação tem sido muito positiva “e ainda nem precisámos de publicitar a clínica, em dois anos. Estamos num crescendo mensal, e o feedback tem sido muito interessante. Felizmente cada vez mais as pessoas se preocupam com os animais, e é de aplaudir essa preocupação que se nota aqui no Pinhal Novo, embora no concelho de Palmela tenham ocorrido algumas situações menos positivas ligadas com maus-tratos a animais. 

Para este interesse o responsável aponta também a forma de trabalhar “um bocadinho diferente que temos nas nossas clínicas. Há muito a ideia do médico e do veterinário de bata branca, e aqui tentamos precisamente ir contra essa ideia, tentando estar o mais próximo possível do paciente e do seu tutor, criando laços de confiança que ajudam durante o tratamento, o que também possibilita uma recuperação mais rápida do animal, logo menos preocupações e despesas para o tutor. A nossa filosofia é sermos o ‘veterinário de família’, criando uma relação informal, para que as pessoas não se sintam inibidas de vir e perguntar o que acham que têm de perguntar.” 

O espaço d’ ‘O Médico Veterinário do Meu Melhor Amigo’ conta com salas de recobro para cães e gatos separadas, “de forma a evitar os stresses dos animais que não estão habituados aos ruídos”; uma sala de esterilização dos instrumentos cirúrgicos, “através de calor e pressão, para garantir que o material quando vai ser utilizado não tem qualquer tipo de contaminação externa”; uma sala de cirurgias outra de banhos e tosquias e ainda uma pet-shop 

No caso dos tratamentos, tentámos criar como que um circuito unidirecional, em que os animais antes e depois da cirurgia não passam novamente nos mesmos locais, para evitar contaminações. 

Histórias com finais felizes 

A clínica tem participado em alguns casos “embora felizmente não nos tenham chegado alguns desses menos felizes que têm feito noticias. Mas há algum tempo foi-nos pedido pela Polícia Marítima para identificar um cão perdido encontrado na zona do porto de Setúbal, através do chip. Não sei porque vieram à nossa clínica, mas foi assim que aconteceu. Identificámos o cão, o tutor era de Azeitão e estava desaparecido há seis meses. Suspeita-se de que terá sido roubado e felizmente tivemos aqui uma história com final feliz, com louvor para a Polícia Marítima.” 

A clínica está vocacionada sobretudo para animais de companhia, “o cão e gato, mas recebemos também animais exóticos. Há cerca de um mês atendemos um pato com uma pata partida, e como trabalhamos também com os melhores especialistas a nível de exóticos do país, vem cá um colega dessa especialidade para fazer os atendimentos.” Para já não trabalham com animais de quintas “embora esteja programado virmos a dar apoio a esse tipo de animais, para daqui a dois ou três anos, quando o projecto estiver mais estruturado, e pensamos ter na altura uma pessoa com essa área de interesse.”  

Relativamente às necropsias que por vezes surgem “não é a nossa área de especialidade, porque em termos de anatomia patológica há colegas especialistas, e é a eles que entregamos os casos, trabalhamos com a Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa e a Faculdade de Medicina Veterinária da Lusófona”.  

Importância da microchipagem 

O veterinário aponta a história do cão recolhido pela Polícia Marítima como um dos exemplos da importância da micro-chipagem. “Além de ser obrigatória para todos os cães em Portugal, situação sobre a qual tentamos alertar todos os tutores, de facto não chega apenas colocar o micro-chip. O registo completa implica a introdução desses dados na base de dados da Direção Geral de Veterinária, tutelada pelo Ministério da Agricultura, feito pelos profissionais de veterinária, de forma a legalizar esse registo.  

Esse processo identifica o animal e o seu proprietário, bem como alguns sinais particulares que possam existir do animal, bem como a nossa identificação enquanto veterinários. Mas sem este registo, que na brincadeira chamamos o ‘bilhete de identidade do cão’, essa microchipagem não serve de nada.  

Mais do que um controlo e uma obrigação legal, temos de encarar este processo como uma obrigatoriedade para quem realmente gosta dos seus animais, porque permite para que em casos de fuga ou roubo do animal, este possa vir a ser devolvido ao seu legítimo tutor.” 

No entanto, Miguel Pinto admite que existem muitas falhas. “Penso que grande parte do enquadramento dessas falhas passa pelo facto de que, embora os veterinários estejam obrigados a fazer esse registo, não podemos legalmente obrigar os tutores a fazê-lo, mesmo quando dizemos que estão sujeitos a coimas e que é obrigatório. Deparamo-nos aqui no Pinhal Novo com casos de pessoas que demonstram ter receio para onde vão esses dados a nível nacional. 

E deixa um desafio também para as Juntas de Freguesia e autarquias, o darem-se ao trabalho de explicar aos tutores de animais para que serve a chipagem e o motivo da licença anual, que serve sobretudo para um controlo sobre a população animal em cada concelho. Enquanto veterinários explicamos o motivo da sua obrigatoriedade legal, mas não somos políticos para ter de explicar também esses pormenores porque também nem sempre abrangemos todos os detalhes.”  

Parcerias com associações de apoio a animais   

A clínica veterinária tem também parcerias “com algumas associações que resgatam animais abandonados, porque fazemos questão de ter uma componente social. Trabalhamos com grupos de Alcochete, Montijo, Palmela e Setúbal, a quem prestamos apoio, com preços muito acessíveis, porque nesses casos não é nosso objectivo ganhar dinheiro, mas sim ajudar essas associações que lidam com situações muito difíceis.  

Além destas, temos sempre as portas abertas para outras que nos procurem, porque consideramos que fazem um excelente trabalho na recolha e salvamento de animais errantes, que devia ser feito pelas autarquias. E por isso compete-nos a nós também dar esses apoios sempre que nos é possível.” 

Miguel Pinto congratula-se de que “até hoje, apesar de muitos casos de que ouvimos falar, ainda nunca nos chegaram situações deveras complicadas. São mais as esterilizações, e pontualmente algumas feridas causadas por mordidelas ou ataques, e algumas situações infeciosas que ocorrem em abrigos, pese embora as pessoas que trabalham nestes tenham sempre o cuidado de realizarem as desparatizações e vacinação dos animais, precisamente para evitar potenciais focos de infeção.” 


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