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Agente da PSP Manuel Morais administra grupo de apoio a Eduardo Cabrita

O ex-sindicalista e agente do Corpo de Intervenção que alertou para a existência de racismo nas forças de segurança, Manuel Morais, é um dos cinco administradores de um grupo criado a 13 de maio de 2021 na rede social do Facebook, de apoio e defesa ao Ministro Eduardo Cabrita.

O ‘Grupo de apoio ao sr. ministro Eduardo Cabrita’ é descrito como «um grupo aberto a todos, criado no desiderato de sensibilizar a opinião pública em geral, e o eleitorado da Esquerda em particular, dos ataques reiterados e orquestrados pela comunicação social tendenciosa, visando destruir a Imagem Pública do Sr. Ministro da Administração Interna, e forçar a sua demissão».

Na apresentação do grupo na rede social, os administradores afirmam que «Se o Sr. Ministro se demitir, o País sairá a perder!

Este grupo do Facebook é alicerçado ideologicamente nos valores da Esquerda Democrática, sem qualquer vínculo oficial a nenhum partido político.

Pretende-se que este grupo do facebook seja um grupo de AMIGOS, e que os mesmos interajam no grupo sob os auspícios da Liberdade, da Igualdade de direitos e da Fraternidade, respeitando-se mutuamente, e partilhando ideias e informações com os demais membros, partindo-se do pressuposto que a diversidade de culturas e opiniões é uma fonte de enriquecimento, e que a Fraternidade é um veículo de entendimento e de harmonia entre todas as pessoas.»

Manuel Morais, de 54 anos de idade, foi o primeiro polícia a alertar publicamente para a existência de racismo nas forças de segurança, numa altura em que estava a começar o julgamento de 17 agentes da esquadra de Alfragide, acusados de tortura, sequestro, agressões, com motivação racial, contra seis jovens da Cova da Moura, o que levou à sua expulsão do maior sindicato da PSP, a Associação Sindical de Profissionais de Polícia (ASPP), onde foi dirigente 30 anos.

O agente foi também alvo de um processo disciplinar devido um post publicado no Facebook em junho de 2020 no qual chamou ‘aberração’ a André Ventura e onde apelava à ‘decapitação’ dos racistas.

Post que deu origem a uma suspensão de dez dias a Manuel Morais

O processo, conduzido pelo Núcleo de Deontologia e Disciplina da UEP foi terminado em março e resultou em 10 dias de suspensão, confirmados pelo Comandante da Unidade Especial de Polícia (UEP) da PSP, superintendente-chefe Paulo Lucas.

A passada semana, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, suspendeu a execução da pena aplicada ao agente da PSP, dando «provimento parcial» ao recurso que Manuel Morais apresentou para o ministério que tutela as polícias.

No entanto, como o recurso não tem efeito suspensivo, Manuel Morais teve de cumprir a pena de 10 dias na altura e entregar a arma.

Esta decisão do ministro resulta que o salário dos dez dias descontado ao Manuel Morais vai ser reposto.

Segundo o MAI, a pena será eliminada do registo do agente ao fim de um ano sobre a sanção inicial e é tida em conta, se vier a ter outro processo.

Manuel Morais foi também fundador do movimento ‘100 Racismo’ e da ‘Associação 100 Violência’.


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