PSD Montijo apresentou na Assembleia Municipal moção de censura ao executivo PS
Na Assembleia Municipal no Montijo que decorreu esta segunda-feira, com transmissão no canal youtube da autarquia, os eleitos do PSD apresentaram uma moção de censura dirigida ao presidente Nuno Canta, denominada «A atuação do PS na Câmara Municipal do Montijo».
A moção foi apresentada pelo deputado Pedro Caria, que participava via zoom na reunião, na qual foi criticada a forma como têm sido conduzidas as reuniões camarárias “que funcionam não para discutir os destinos dos munícipes, mas para o executivo do PS e em especial o presidente Nuno Canta, sistematicamente condicionar e impedir os vereadores eleitos pela oposição, de veicularem a sua opinião”.
A crítica apresentada pelos social-democratas remeteu-se à «falta de transparência da discussão das deliberações, o agendamento das reuniões para uma hora pouco razoável, afastando a maioria da população, e a falta de transmissão online das reuniões, impedindo a população de seguir a forma pouco urbana como são conduzidas as reuniões, a elaboração das actas, que omitem grande parte dos factos e reduzindo-as às posições do PS, e a destruição das gravações das reuniões antes da aprovação das actas, impedindo o contraditório.»
O documento acusava também Nuno Canta de criar «um clima de intimidação entre os funcionários para não permitir contactos com oposição, chegando ao limite da violação da correspondência pessoal dirigida aos vereadores da oposição, e a forma como o presidente se serviu abusivamente das Forças de Ordem Públicas na reunião camarária de 9 de Junho para tentar impedir as intervenções online do vereador João Afonso eleito pelo PSD, constitui o culminar da opressão política do PS no Montijo.»
Em resposta, o presidente Nuno Canta quis “repor a verdade” relembrando que “somos novamente brindados com uma moção de censura da oposição”.
‘Na Câmara Municipal do Montijo a palavra é sagrada’
Nuno Canta garantiu que “este é um acto gratuito, injusto e injustificado da oposição que sempre assim actuou, procura lançar acusações infundadas numa tentativa de branquear episódios infames dos vereadores na Câmara Municipal do Montijo e a conduta criminosa do vereador João Afonso, ignorando que os membros de um órgão colegial devem respeito e obediência à lei e ao Direito».
Para o presidente, os deputados da oposição deviam “ter tentado compreender o que se passou, sem paixões e sem clamores públicos, apressam-se a redigir uma moção de censura que apenas reflecte a desinformação das redes sociais” e ainda de “agregar a esmo um conjunto de falsidades” na referida moção.
O edil negou “que alguém tenha solicitado a presença da polícia para impedir as palavras de qualquer eleito, porque se assim acontecesse seria impossível obter as provas da captação de imagem e som da reunião de Câmara e transmitidas nas redes sociais, e mesmo nos media locais” e garantiu que “na Câmara Municipal do Montijo a palavra é sagrada, custe a quem custar”.
Segundo o edil, as forças de segurança foram chamadas ao Cineteatro Joaquim d’Almeida, onde decorreu também a Assembleia Municipal “para tomar conta da ocorrência de obstrução ao regular funcionamento do órgão e sobretudo para verificar que estava a acontecer uma tripla violação da lei: do regimento da Câmara, do Regimento Jurídico das Autarquias Locais, e da ordem dada por quem tinha a competência para dirigir os trabalhos e assegurar o cumprimento da lei”.
Reiterando que “estamos perante uma conduta criminosa”, Nuno Canta frisou que “o caso será apreciado pelos tribunais”.
A moção de censura foi rejeitada com 15 votos contra do PS, 10 votos a favor, 5 da CDU, 4 do PSD e 1 do CDS-PP, e 1 abstenção do BE, com apresentação de declaração de voto, do deputado Ricardo Caçoila por considerar que “o documento tem várias informações que desconheço e carecem de mais discussão”.
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