O presidente da Câmara Municipal do Seixal, Joaquim Santos, afirmou esta quarta-feira que a escolha do Campo de Tiro de Alcochete para acolher o novo aeroporto é a melhor opção para o país, mas criticou o investimento numa infraestrutura de transição no Montijo.
Em declarações à Lusa, o eleito da CDU frisou que «não compreendemos porque é que o dinheiro que será aplicado no Montijo, que são cerca de 600 milhões de euros, não é investido já no Campo de Tiro de Alcochete porque isso é que corresponderia ao que seria uma execução faseada do aeroporto de Alcochete».
No entanto, já depois destas declarações que acompanhavam o anúncio por parte do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, de avançar com dois aeroportos, um na Base Aérea N.º 6 no Montijo e outro no Campo de Tiro de Alcochete, o primeiro-ministro veio revogar esta decisão, numa nota enviada esta manhã.
«O primeiro-ministro determinou ao ministro das Infra-estruturas e da Habitação a revogação do despacho ontem publicado sobre o Plano de Ampliação da Capacidade Aeroportuária da Região de Lisboa», refere a nota enviada às redacções.
Regressando às declarações do autarca do Seixal, a solução passaria por um único aeroporto na margem sul «uma vez que o país tem recursos escassos e o dinheiro público deve ser bem aplicado. Será melhor aplicado numa infraestrutura com futuro do que numa com 10 ou 15 anos de duração e com impacto nas populações e no ambiente.»
A Câmara Municipal do Seixal foi, a par com a Câmara Municipal da Moita, na altura também sob gestão da CDU, as duas únicas que se opuseram ao aeroporto no Montijo, situação que seria revertida com a vitória do PS na Moita.
Neste momento, o Seixal é o único município que se manifesta contra a opção do aeroporto na BA6, alegando que «com a opção do Montijo haverá aviões em baixa altitude a sobrevoar Fernão Ferro (Seixal), Quinta do Conde (Sesimbra), Barreiro, Moita, Montijo, Alcochete e Azeitão, enquanto no Campo de Tiro a pista não traria esse impacto do ponto de vista do ruído».
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