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Polémica | Reino Unido volta a permitir testes em animais. Empresas estão contra

O Reino Unido está novamente a emitir licenças para testes em animais de ingredientes cosméticos, de acordo com as regras químicas da União Europeia, recuando na proibição implementada em 1998.

Após 25 anos, o governo inglês voltou a permitir que os animais sejam usados em testes para ingredientes de maquilhagem, alinhando-se assim com as regras da Agência Europeia de Produtos Químicos (ECHA), uma agência da UE que supervisiona a regulamentação química.

Esta Agência determinou que as empresas que produzem estes produtos cosméticos tinham de testar alguns dos ingredientes em animais, de forma a garantir a segurança dos trabalhadores.

A situação foi denunciada por activistas de defesa dos direitos animais, mas embora não seja conhecido o número de licenças emitidas pelo Governo, nem a que empresas, o Supremo Tribunal declarou que o Governo inglês estava a agir dentro da legalidade.

Esta decisão judicial foi emitida no âmbito de uma ação judicial por parte da organização Cruelty Free International (CFI), argumentando que a emissão destas licenças «era ilegal e violava a proibição de testes em animais para maquilhagem, que vigora desde 1998».

Apesar da polémica, um porta-voz do Governo declarou à BBC sentirem-se «satisfeitos com o facto de o Tribunal Superior ter concordado com a posição do governo neste caso» acrescentando que «estamos comprometido com a proteção dos animais na ciência».

Empresas criticam posição do Governo britânico

A mudança de atitude do Governo foi duramente criticada por empresas de produtos de beleza e cosméticos, incluindo a Unilever, a Body Shop e a Boots, uma vez que a grande maioria tem apostado em campanhas para acabar com os testes em animais.

Christopher Davis, diretor do sector de sustentabilidade da Body Shop disse à BBC que «permitir testes em animais para cosméticos seria um golpe devastador para milhões de pessoas que apoiaram campanhas para acabar com essa prática terrível».

Júlia Fentem, chefe do centro de segurança e garantia ambiental da Unilever, uma das maiores empresas de cosméticos do mundo, afirmou que «os testes potencialmente exigidos pela nova política eram desnecessários e os testes de segurança exigidos podem ser realizados sem o envolvimento de animais».

Para a CEO da Cruelty Free International, Michelle Thew, «o caso mostra claramente que o governo prioriza os interesses das empresas de testes, em desfavor dos direitos dos animais e até dos anseios da grande maioria dos britânicos que se opõem fortemente aos testes cruéis».

A organização já afirmou que irá apelar da decisão do Tribunal Superior e vai apelar ao Governo para que a proibição total seja restabelecida no país.


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