Opinião

Pessoa e amor

São-nos apresentados, desde sempre, três grandes modelos de comportamento: o que visa o poder; o que procura a utilidade; o norteado pelo amor ( cuidado, solidariedade, altruísmo).

Embora pareça, numa análise superficial, que as nossas comunidades são dominadas pela utilidade e pelo poder, as pessoas adaptam-se mais naturalmente ao modelo do amor (solidariedade, altruísmo).

Não vou assentar e discursos moralistas, mas naquilo que é o ser humano, tal como descrito pelas ciências contemporâneas, nomeadamente pela psicologia e pelas neuro-ciências.

Segundo a opinião dominante, as sociedades humanas deveram e devem a sua existência à entreajuda, ao altruísmo. Ao viver com os outros, pelos outros e para os outros.

As primeiras famílias, vagueando pela savana africana, ameaçadas constantemente de extinção, acabaram por se instalar em “ninhos”, refúgios em cavernas, encostas, arvores, etc. Onde se gerava e guardava a prole. Os mais habilitados saiam a caçar ou a recolher alimentos, deixando os outros resguardados. Assim se repartia o trabalho. O alimento era partilhado, a família crescia e perante o seu sucesso, outras se juntavam. A sobrevivência era produto dos altruístas que agiam para si e para os outros. Este exemplo era seguido, sendo os altruístas que conduziam a comunidade e que transmitiam os seus valores. E as comunidades altruístas tinham vantagem perante as outras que enfraqueciam ou se destruíam.

Hoje, existimos porque fomos precedidos por milhares de gerações de altruístas e de pacíficos. A guerra social vai contra a natureza humana e destrói a sociedade – embora seja de louvar a luta pelo reconhecimento dos direitos da pessoa.

Psicólogos e neuro-cientistas entendem que o ser humano está naturalmente preparado para o altruísmo.

A nossa vida quotidiana está naturalmente preenchida por “pequenos” gestos de ajuda. Em que fazemos aos outros o que gostaríamos que bos fizessem: deixar a porta aberta para os outros passarem; darmos o lugar aos mais frágeis; oferecer tempo a um amigo; e sobretudo o dar e receber constantes na família.

Os nossos neurónios, o nosso cérebro, estão moldados para entender as necessidades dos que estão próximos (empatia).Os nossos neurónios refletem os estados de espírito dos próximos (empatia). E nós somos levados a responder a esses sentimentos pelo imperativo, também psicológico, de cuidar dos outros, na medida dos nossos meios. Fazendo aos outros o que gostaríamos que nos fizesse.

Em cada sociedade, os mais sucedidos, os mais “valiosos” não são necessariamente os mais ricos e mais poiderosos. São os altruístas.


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