Almada

Pelo menos “20 anos à espera da mudança de terreno” no Canil da Aroeira

A responsável fala sobre o ponto de situação do novo terreno e das condições do Canil da Aroeira ao nosso jornal.

A questão da mudança de terreno sempre foi um tema controverso no Canil da Aroeira. Situa-se no meio de muitas habitações, o espaço já é curto e as queixas dos moradores acumulam-se. Além disso, o proprietário pretende urbanizar o terreno. Os executivos que têm passado pelo concelho de Almada sempre prometeram um novo terreno, com mais condições para os animais e voluntários, mas até aos dias de hoje nada aconteceu.

Contudo, a responsável Maria Elena Mascarenhas, contou ao Diário do Distrito que está agora a ser preparado um novo lugar no Feijó para colocar os animais. “Estamos em negociações com Câmara, mas temos de esperar porque isto é tudo muito burocrático e demorado. O que a Presidente da Câmara nos disse quando estivemos no terreno [no Feijó], foi que ali não existiam inconvenientes e que os animais podem ir para lá.

“Estou há 20 anos à espera que se resolva o problema da mudança de terreno”

A Câmara tem tido reuniões com o dono deste terreno [na Aroeira]. Eu estou cá há 20 anos, e desde esse tempo espero que se resolva este problema. Com o anterior partido [PCP] foram 20 anos de espera, mas desde que esta presidente está cá já fizemos um protocolo, que envolve também uma verba para nos ajudar. Tenho fé, porque isto vai ter de se resolver”, referiu.

“Temos feito tudo o que é humanamente possível para que as pessoas que vivem aqui à volta não sejam incomodadas”

Apesar das queixas, a responsável garante que têm feito “tudo o que é humanamente possível para que as pessoas que vivem aqui à volta não sejam incomodadas com cheiros, faltas de higiene e barulho”.

O canil tem cerca de 240 animais, divididos por sete zonas. “Os voluntários trazem arroz cozido que serve muitas vezes de ‘miminho’ para os animais. Além disso, temos muita gente que nos ajuda, como os sócios, e também fazemos algumas campanhas”.

Maria Elena Mascarenhas sublinhou a ação da voluntária Beatriz, que conseguiu angariar bastante dinheiro e comprar bens essenciais para os animais do Canil da Aroeira. “As pessoas quando começam a vir cá, começam a criar laços com os cães e começam também a ter conhecimento das necessidades. A Beatriz arranjou dinheiro e a Cristina [outra das responsáveis] pediu-lhe para comprar uma alimentação mais adequada para alguns tipos de animais que temos. Os mais velhos e doentes têm uma alimentação mais cuidada.

“Há muita irresponsabilidade. A única forma de deixar de haver mais animais abandonados é castrar”

A responsável revela que existem bastantes adoções, mas o problema está no abandono. “Há muita irresponsabilidade. As pessoas deixam as cadelas ter bebés e sempre que temos conhecimento de uma cadela a parir na rua, tentamos ajudar”.

“A única forma de deixar de haver mais animais abandonados é castrar. Não podem nascer mais animais. Nestes últimos anos, se temos animais a mais para a quantidade de pessoas responsáveis como donos, claro que não é preciso ser muito inteligente para perceber têm de nascer menos animais, ainda por cima de uma forma irresponsável”.

“Noutros países desenvolvidos, só com os animais castrados se conseguiu controlar a situação”

Segundo esta visão, a principal medida é castrar. “É isso que nós temos de fazer como associações, tal como as Câmaras, que têm mais poder económico e têm de fazer isto no país todo. Sabemos que, noutros países desenvolvidos, só com os animais castrados se conseguiu controlar a situação. Isto é essencial. Parece fácil, mas é complicado num país como o nosso e com Câmaras como as nossas.

Para isso, a responsável defende que as entidades “têm de ter capacidade para fazer o maior número possível de castrações e tem de haver educação nas escolas”.


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