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Paulo Rodrigues: “Pessoas do Vitória destroem o próprio clube com uma comunicação falhada, errada e falsa”

O presidente do Vitória Futebol Clube, Paulo Rodrigues, explica a crise financeira dos sadinos, fala sobre a "campanha" contra a direção atual e deixa uma mensagem de confiança aos sócios e adeptos.

Nesta entrevista exclusiva ao Diário do Distrito, o presidente do Vitória Futebol Clube, Paulo Rodrigues, explica a crise financeira do clube sadino e esclarece a situação dos salários. Num panorama crítico, o presidente fala sobre a “campanha” contra a direção atual e deixa uma mensagem de confiança aos sócios e adeptos.

Onde é que o clube se está a focar para atenuar a situação financeira?

A crise financeira do Vitória tem crescido de dia para dia. A cada 24 horas há surpresas porque aparecem faturas, divididas e coisas inacreditáveis que temos conseguido dar a volta até agora, tal como fizemos recentemente com o Taubaté.

Era uma divida de 83 mil euros por um jogador que tinha um contrato de seis meses a 648 euros, e que nunca jogou na nossa equipa principal, esteve apenas nos sub-23. Só por aí mostra a incapacidade de gestão que foi feita no nosso clube. Deixo aqui uma palavra de apreço para o Taubaté, para o Mário Jardel e o Jorge Baidek, que nos ajudaram a ganhar a credibilidade que já tínhamos perdido perante aquele clube. Este foi um contrato de pagamento a esse clube, que nunca foi cumprido pela antiga direção.

Já sabia que o clube passava por dificuldades antes de assumir a presidência. Estava à espera que a situação fosse tão degradante?

Eu sabia que a situação do Vitória era grave, todos sabíamos. O clube a partir do momento que sai da Primeira Liga, não fica na Segunda Liga e entra nos campeonatos amadores, com uma divida de quase 30 milhões na SAD, fica difícil. O que estamos a tentar fazer é salvar a SAD, mas toda a gente sabe que vai ser muito complicado.

“Os sócios estão conscientes de que o Vitória acabou”

Os sócios estão conscientes de que o Vitória acabou. A ex-direção tem um projeto feito e conhecido pelo doutor Cândido Casimiro, que era o antigo presidente da Mesa da Assembleia Geral, com o nome “New Vitória SAD”, que já estava vendido a uma empresa suíça por 100 mil euros no primeiro ano, 200 mil no segundo, 200 mil no terceiro e 200 mil no quarto.

Não compreendemos como é que esses assuntos não saíram cá para fora até hoje. Quem estava no Vitória emitia comunicados a dizer aos sócios o contrário daquilo que é a realidade do clube. Diziam que estava tudo bem, tudo em dia, e que íamos para a Primeira Liga. Afinal eles mentiram a toda a gente: aos funcionários, aos jogadores, aos sócios e a eles próprios. É gravíssimo.

Os jogadores já se recusaram a treinar devido aos salários em atraso. Saíram rumores que o mesmo aconteceu no início desta semana. Confirma?

Não posso confirmar. Para terem a noção, eu chego ao estádio todos os dias por volta das 08h00 ou 09h00 da manhã e saio às 23h00 ou mais tarde. As greves que existiram ou não, foram feitas sem o nosso conhecimento. A mim ninguém me disse nada, nem os capitães, nem o treinador, nem o diretor desportivo. Fomos apanhados de surpresa e apenas soubemos delas sempre, até hoje, pela imprensa.

“A solução na SAD passa por um investidor, ou dificilmente vamos conseguir fazer alguma coisa”

Nunca tivemos oportunidade de falar com eles para evitar a greve. As reuniões que eu tive foram com os capitães e com os treinadores, onde transmiti sempre a verdade: que a solução na SAD passa por um investidor, ou dificilmente vamos conseguir fazer alguma coisa. Mas o Vitória Futebol Clube vai ajudar, e desde a nossa entrada suportámos todos os custos para a equipa se poder manter no campeonato.

A mim preocupa-me que o diretor desportivo não me tenha facultado informação daquilo que se passa na SAD, porque eles acham que a SAD, a equipa de futebol e equipa técnica são uma coisa, e nós, o Vitória Futebol Clube, somos outra.

Isso não ajuda ninguém, porque estamos a lutar todos os dias para salvar a SAD e aquela equipa, e eles estão do outro lado, que é o lado da SAD. Ainda por cima, pelo que sabemos, os ex-administradores mandam nos diretores que existem lá, e eles não nos passam nenhuma informação.

Já estão a ser regularizados os salários dos jogadores e funcionários, como foi explicado no comunicado da direção?

Regularizámos 50% dos salários dos funcionários. Alguém quis dizer algo que não era verdade, que tínhamos pedido aos funcionários para perdoar a divida em 50%, e pagar outros 50%. Isso foi alguma confusão com os seis funcionários que foram mencionados no jornal “O Setubalense”. Devem ter sido infiltrados por alguém da oposição, que existe desde que nós ganhámos.

“Neste momento já pagámos dois meses aos funcionários: julho e agosto”

Há uma lista que continua a fazer campanha e usufrui de conhecimentos, ou seja, alguns amigos que trabalham no Vitória, para depois deturpar toda a informação e todo o nosso trabalho. Aquilo que nós fizemos foi: chamar os funcionários e fazê-los ver que há três, quatro ou cinco meses de salários em atraso que não conseguíamos pagar, mas que queríamos pagar alguma coisa. Nesto momento já pagámos dois meses, que foram os de julho e agosto.

Tudo isto foi feito com os contabilistas e com as pessoas das finanças do Vitória, e não como foi dito na praça publica através do jornal “O Setubalense”, que tinha sido tudo feito sem nexo. Essas pessoas estão enganadas. Fizemos de acordo com a lei e de forma séria, e os funcionários aceitaram. Nós afinal não viemos para cá de mãos vazias, estamos a fazer esses pagamentos.

“Na época 2019/20 a receita foi de 9,4 milhões de euros. Deste ano é de zero euros”

Sobre a equipa de futebol, é obvio que nós não podemos pagar os ordenados que eles têm, que muitos são de primeira Liga, mas já informámos o Sindicato dos Jogadores daquilo que podemos fazer. Nós queremos ajudar toda a gente, estamos cá para salvar o Vitória, que é o nosso principal objetivo. As pessoas ainda não perceberam que o Vitória acabou como clube de Primeira Liga.

Na época 2019/20 a receita foi de 9,4 milhões de euros, hoje é de zero euros. No ano passado era fácil pagar e ajudar o futebol, tal como ter 70 funcionários, mas agora não. Apanhámos o clube destruído, sem organização nenhuma.

“Estamos aqui todos pelo clube e ninguém recebe um euro”

Aliás, se divulgássemos as fotografias que tirámos nas últimas 48 horas, os sócios iam ficar envergonhados. Mas nós estamos aqui para dar a volta a isso, temos muito trabalho pela frente.

Ontem, dia 10 de novembro, foi a melhor reunião que tivemos desde que entrámos. Já temos as novas pessoas para substituir as que saíram e percebemos que esta foi uma reunião de direção credível e séria, com gente humilde e que gosta mesmo do Vitória. Aqui ninguém está agarrado a lugares, porque ninguém tem contratos. Estamos aqui todos pelo clube e ninguém recebe um euro.

Mas já tem alguma proposta de um investidor?

Temos. Mas uma coisa é trazer investidores e pessoas para a Primeira Liga, que é um campeonato que todos querem investir, com um contrato de televisão com uma receita de 35 milhões, que garantia aos investidores o dinheiro que eles metiam no clube e que mesmo assim as antigas direções não os cumpriam, ou seja, enganavam os investidores e não lhes pagavam.

Outra coisa é estar no Campeonato de Portugal e não ter garantias para dar a ninguém, porque temos zero de receita: O Bingo está fechado, a loja não fatura e não há adeptos. O risco é muito maior e agora é 30 vezes mais difícil ter um investidor que acredite no Vitória.

“A SAD tem 25 mil euros a menos desde que entrámos. Está falida e próxima da insolvência”

Vamos falando com investidores e eles percebem que o Vitória está num drama nunca visto. Temos ainda o problema da comunicação da cidade ser toda contra esta direção, o que não ajuda. Vemos todos os dias pessoas do Vitória a destruir o próprio clube com uma comunicação falhada, errada e falsa. Isso afasta as pessoas que nos querem ajudar, mas nós acreditamos que vamos conseguir e não vamos desistir até ao último momento. Vamos salvar o Vitória e a SAD, que tem 25 mil euros a menos desde que nós cá entrámos. Está falida e próxima da insolvência.

E quanto às modalidades?

Temos ajudado todas as modalidades. Mas onde estamos a apoiar mais tem sido o andebol, que tinha um orçamento feito pela antiga administração da SAD, que é completamente desadequado à atual realidade do clube.

“As pessoas do andebol sabem que temos feito todos os esforços possíveis para que eles continuem a jogar”

O andebol do Vitória é muito forte, sendo também a única equipa que temos na primeira divisão. As pessoas do andebol sabem que temos feito todos os esforços possíveis para que eles continuem a jogar. Tive o prazer de ver o jogo com o FC Porto e fiquei deliciado porque temos mesmo uma grande equipa. Vamos fazer tudo para os ajudar.

Como encara o requerimento de 113 sócios para uma Assembleia Geral Extraordinária de destituição?

Não me preocupo, porque essas 113 pessoas são as mesmas que não votaram em mim, são a oposição. É triste o facto de uma oposição que perdeu com a nossa lista ainda continuar em campanha, quando as eleições acabaram a 18 de outubro. Ganhámos por mérito e pelo trabalho que fizemos. Gastámos 15 mil euros na nossa campanha, enquanto o Nuno Soares gastou 144 euros e quase ganhava. Só por aí os sócios conseguem perceber aquilo que uns querem para o Vitória, e o que outros tentaram querer para o Vitória.

“A minha preocupação nunca será os 113 sócios, mas sim os quase 13 mil sócios que temos”

Nem vou falar na terceira lista, porque acho que os sócios mostraram que não os queriam cá e não vale a pena falar de pessoas que destruíram o clube. Brevemente vamos mostrar aos sócios o que as direções passadas fizeram cá dentro, porque já temos provas gravíssimas. A minha preocupação nunca será os 113 sócios, mas sim os quase 13 mil sócios que temos, e eu acredito que esses milhares vão dar uma resposta séria a esses 113. Estamos aqui porque houve quase 600 sócios que acreditaram em nós, e hoje acredito que já são muito mais de 600.

O Vitória nos últimos anos nunca teve um presidente que estava presente todo o dia, tal como eu estou. Temos de mudar radicalmente, independentemente da divisão onde o clube esteja a jogar. Um Vitória a sério tem de ter um presidente a sério, e os sócios que votaram em nós estão conscientes das dificuldades que nós iriamos ter pela frente.

“Diziam que nós não tínhamos nada e que vínhamos de mãos a abanar para o clube, mas estamos a provar o contrário”

Queria mandar um recado para esses 113 sócios, que se querem uma Assembleia Geral de destituição, também têm de trazer o dinheiro que já metemos no Vitória. Diziam que nós não tínhamos nada e que vínhamos de mãos a abanar para o clube, mas estamos a provar o contrário. Aquilo que eles dizem na carta não tem fundamento. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral sabe do nosso trabalho porque acompanha-nos diariamente desde que cá chegámos. Ele próprio tem atenção, porque uma coisa é não saber do trabalho que está a ser feito, outra coisa é saber.

O que diz aos sócios quando fala com eles?

Digo-lhes a verdade. Sei que sou um presidente polémico, frontal e de trabalho, porque eu vou para o Campo Municipal da Várzea e nós andamos a limpar aquele local. Deixaram aquilo completamente destruído. Muitos trabalhadores do Vitória que estão na Várzea dizem que nunca ninguém pediu nenhum trabalho naquele local. A nossa academia parecia uma lixeira, e isto são coisas que eu quero que os sócios vejam, e que percebam que afinal este presidente é mesmo diferente dos outros.

Teve duas baixas na direção. Estava à espera que essas pessoas “abandonassem o barco”?

Os nossos vice-presidentes não abandonaram o barco. Foram convidados a sair da nossa direção, porque montaram um plano B para a destituição do próprio presidente. O Amândio foi convidado por mim próprio para sair, porque falhou com a promessa de que ia ajudar os funcionários no dia a seguir à nossa eleição, e não fez. Depois, prejudicou-nos num negócio que tínhamos já quase fechado para o bingo. Não achei que ele tivesse mais condições para ser vice-presidente quando já tinha falhado duas vezes.

“Os nossos vice-presidentes foram convidados a sair porque montaram um plano B para a destituição do próprio presidente”

O Cláudio Saúde como diretor-geral não teve o profissionalismo que era pedido e exigido, quando descobrimos que ele próprio queria meter sete pessoas da direção contra mim. Temos provas: emails, cartas de destituição, mensagens no Whatsapp e reuniões com a claque. Tudo nas minhas costas.

Decidimos que o Claúdio não tinha lugar nesta direção por aquilo que fez. Quando as pessoas falam de cartas de demissão, não sabem dos factos. Esta é a verdade, custe a quem custar, doa a quem doer.

Tivemos também uma terceira demissão, mas que nada teve a ver com o tal Plano B elaborado pelo Amândio e pelo Cláudio. Foi o senhor João Rodrigues, que achava que não era muito útil estar no clube, e nunca estava presente. Achámos que tinha razão, porque para ser diretor do Vitória tem de se ter tempo e dedicação. Pediu para sair.

Quão importante foi a “lufada de ar fresco” para o Vitória, depois da resolução da dívida com o Taubaté?

Este acordo com o Taubaté foi negociado durante três semanas, não foi fácil. A descredibilização do Vitória perante o mundo do futebol é gigantesca, e nós estamos a tentar recuperá-la com pessoas conhecidas. Apercebi-me que o presidente e a direção do Taubaté estava um pouco receosa com a nossa direção, porque o acordo nunca tinha sido cumprido.

“A descredibilização do Vitória perante o mundo do futebol é gigantesca”

Tive de interferir com o Mário Jardel e o Baidek para nos dar credibilidade. São brasileiros e passaram a mensagem de que o Vitória agora tem um presidente credível e que podiam acreditar em nós. Isto foi fulcral para mais de 60 crianças da formação, e eu bati sempre nessa tecla da importância para os jovens.

As equipas de futsal masculino e feminino não podiam atuar porque também estavam dentro desse grupo. Se não tivéssemos este acordo, a equipa B iria começar a perder jogos por falta de comparência, porque já estávamos no limite de três partidas adiadas.

“Estamos à procura de direitos de formação de seis jogadores que jogaram no Vitória, e que ninguém os reivindicou”

Para que os sócios saibam, já existem mais quatro ou cinco casos da FIFA que nos estão a chegar e que foram causados pelas antigas direções.

Temos o caso do Jubal: 95 mil euros que ninguém pagou. Carlinhos: 125 mil euros; Mathiola 16 mil; Vinicius 16 mil; Savio 200 mil. Tudo isto são casos que vão chegar ao clube porque as ex-direções não ter conseguiram ser profissionais a nível de saber o que estavam a fazer com os jogadores. Os sócios não sabem, mas nós tínhamos uma direção que fazia tudo isto para proveito pessoal, que são os direitos de formação dos clubes.

Mas também temos o contrário. Para que tenham uma noção do nosso trabalho, estamos à procura de direitos de formação de seis jogadores que jogaram no Vitória, e que ninguém os reivindicou. Já temos outros 25 jogadores em análise, como o Gonçalo Paciência do Schalke 04. Já contactamos o clube para nos pagar. Também temos direitos do Nuno Santos, do Sporting, eles sabem que têm de nos pagar. São tudo trabalhos que não eram feitos aqui no clube.

Com tanta pressão e polémica, já alguma vez passou pela cabeça do Paulo abandonar?

Nunca. A minha direção costuma dizer que não sabe onde é que eu vou buscar as forças. O dia a dia do Vitória faz-me mais forte e deixa-me cada vez mais confiante de que vamos conseguir dar a volta a isto.

“O dia em que eu achar que não faz algum sentido ser o presidente, serei o primeiro a pedir a demissão”

Mas não estou agarrado ao lugar, porque o dia em que eu achar que não faz algum sentido ser o presidente, serei o primeiro a pedir a demissão. A minha direção sabe que se eu sair, ninguém vai querer cá ficar, porque sabem aquilo que eu luto e aquilo que faço pelo Vitória, dia e noite. Neste momento sou a pessoa ideal para recuperar o Vitória. Isto é um processo monstruoso, e digo que este é o maior desafio da minha vida.

Que mensagem quer deixar aos adeptos?

Acreditem em nós, acreditem em mim. Eu tenho feito tudo o que é possível fazer pelo Vitória e vou continuar a fazer. Acredito que as claques estão a mudar a imagem que tinham sobre mim, porque da última vez que eles confrontaram a nossa direção, percebi que alguns dos membros conseguiram entender que eu não sou a pessoa que eles tinham em mente, e acredito que os vou conquistar.

“Peço aos sócios que venham e que mostrem de uma vez por todas que essa minoria de 113 sócios está errada”

Eles sabem que eu gosto das claques, gosto do Vitória. Eu amo aquilo que faço e acredito que eles vão mudar a opinião sobre mim. Vão perceber que estou cá para ajudar ao máximo toda a gente, e não o que algumas pessoas dizem. Aconteça o que acontecer na Assembleia Geral, eu peço aos sócios que venham e que mostrem de uma vez por todas que essa minoria de 113 sócios está errada.

Não tenho contrato, ganho zero euros no Vitória e tudo aquilo que faço é para o clube. No dia que sair irei tranquilo e orgulhoso, porque trabalho com orgulho para o clube e vou continuar a fazê-lo.


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4 Comentários

  1. Este senhor se tivesse um pingo de vergonha e de dignidade pedia a demissão e deixava de roubar o pouco que o clube que têm pois cada vez menos credibilidade vai tendo perante os sócios e sobretudo sobre as pessoas que com ele trabalha à exessao dos familiares. Enfim é o presidente que temos, foram dadas 2 oportunidades aos sócios para mudar o rumo da história do clube e foram os sócios que não as aproveitaram.

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