Economia

Pandemia pode fazer baixar a idade da reforma pela primeira vez

O excesso de mortalidade da pandemia covid-19 pode levar o INE a uma recisão da esperança média de vida e com isso baixar a idade da reforma.

Maria João Valente Rosa, professora na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, em declarações ao ECO, diz que no” triénio 2019-2021 já deverá traduzir o efeito da pandemia, mas isso dependerá muito de como 2021 se comportar. Se 2021 decorrer como 2020, então é certa uma redução da esperança média de vida aos 65 anos, face ao triénio anterior“.

Assim, seria a primeira diminuição da esperança média de vida desde o início do século. Visão partilhada pelo demógrafo Filipe Ribeiro, da Universidade de Évora, que considera “bastante provável” que a projeção do INE para o triénio de 2018 a 2020 “seja revista para valores inferiores, mesmo não apresentando ainda um declínio em relação ao triénio anterior”.

Neste sentido, “sendo que, em janeiro de 2021, a mortalidade associada a estes grupos de idade continuou a aumentar, na minha perspetiva, é bastante certo que o triénio 2019-2021 apresente já um declínio comparativamente a 2018-2020, mesmo que ligeiro“.

A publicação baseia-se nas projeções e segundo os seus cálculos, em 2022, a idade da reforma poderá sofrer duas variáveis:” subir um mês, se o INE confirmar os números provisório ou revir em menos de 0,05 pontos a esperança de vida aos 65 anos para o triénio entre 2018 e 2020; ou estacionar nos 66 anos e seis meses, se o INE revir em mais de 0,05 pontos o dado em questão, mas não em mais que 0,08 pontos, já que os demógrafos defendem que não é expectável uma quebra face ao triénio anterior”, adianta o ECO.

Por sua vez em  2023, “a idade da reforma poderá tomar uma de duas outras trajetórias: ou ficará estacionada no mesmo valor que vigorar em 2022, assumindo-se que o recuo da esperança média de vida aos 65 anos no triénio de 2019 a 2021 face ao anterior não será suficiente para provocar uma quebra neste limite; ou poderá mesmo vir a cair, o que aconteceria pela primeira vez”, completa o ECO.


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