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Paleontólogos europeus reúnem-se em Sesimbra

O Encontro Internacional de Paleontologia de Sesimbra, que esteve inserido nas Jornadas Europeias do Património, aconteceu nos dias 23 e 24 de setembro e trouxe até ao concelho alguns dos maiores especialistas europeus nesta temática (a Universidade de Zaragoza foi uma das envolvidas). Como é o caso do professor da Universidade de Lisboa, António Galopim de Carvalho, conhecido carinhosamente como o “avo dos dinossauros”.

Os gigantes que povoaram a Península Ibérica eram muito semelhantes aqueles que foram encontrados no continente americano e africano. A abertura do Atlântico Norte permitiu que os dinossauros caminhassem e vivessem. Na península Ibérica existem 100 jazidas com pegadas de saurópodes. Um dos oradores presentes foi o presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Francisco Jesus, que olha para as pegadas existentes como muito valiosas.

Existe um geocircuito ativo onde os visitantes poderão descobrir a história natural do concelho. Muitas das localidades portuguesas tem apostado na criação de geoparques para valorizarem o seu património natural. Carlos Sargedas, dinamizador do Arrábida Film Commission, também esteve presente neste encontro para apresentar o Cabo Espichel como mote para valorizar o turismo em Sesimbra.

O encontro aconteceu no Auditório Conde Ferreira. Este evento comemorou os 25 anos da classificação dos Monumentos Naturais da pedreira do Avelino (no Zambujal) e dos Lagosteiros e da Pedra da Mua (ambos no Cabo Espichel). Esta pedra está associada a lenda da Nossa Senhora do Cabo, já que os crentes acreditavam que as pegadas presentes na pedra eram da mula que carregava a Senhora e não de dinossauros.

Percurso dos dinossauros em Sesimbra

Neste local (e outros por onde passaram dinossauros em Sesimbra) existe uma placa que relembra os momentos em que os gigantes passaram pelo concelho. Estas pegadas encontradas em Sesimbra começaram a ser investigados pela primeira vez há 50 anos. A primeira vez que as pegadas da pedreira do Avelino são referidas numa obra foi em 1994. Diego Castanera, que participou através de vídeo, referiu na sua apresentação que tanto a Pedra da Mua como a pedreira do Avelino são excecionais no quesito de pegadas de saurópodes.

As pegadas da pedreira são das mais bem preservadas da Europa quando falamos de animais de pequeno porte. Este tipo de dinossauros, caracterizados por terem grandes caudas e serem herbívoros, eram aqueles que andavam pelo concelho. Neste Encontro Internacional de Paleontologia de Sesimbra também participaram Octávio Mateus e Darío Estravis López, os investigadores que descobriram o Iberospinus Natarioi. Encontrado no Cabo Espichel, este povoou o território há 130 milhões de anos.

As primeiras pegadas de dinossauro foram descobertas em Portugal no século XIX, mas foi no XX que o seu estudo se tornou mais abrangente. Estas pegadas estão marcadas no xisto. Pedro Mocho, um dos oradores, lembrou que «vivemos uma época de ouro com várias equipas nacionais e internacionais a fazerem investigação». Durante este encontro houve um momento de evocação dos 200 anos da constituição liberal portuguesa.


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