Opinião

Os idosos e a pandemia

Todo o ser humano (pessoa) tem os mesmos direitos e deveres de qualquer outro, goza da mesma dignidade desde o inicio da sua vida (conceção) até à sua morte. Pode estar doente, moribundo, em idade muito avançada, ou ser uma criança, um adolescente, um adulto saudável e produtivo: o seu valor é igual, incomensurável, a pessoa merece todos os cuidados de acordo com as suas necessidades. Todos iguais, embora todos diferentes.

A pessoa não pode ser medida pela sua capacidade de produção ou pela sua notoriedade.É pessoa, é tudo e basta. Todas têm diferentes capacidades de contribuir e diferentes necessidades. Sem que isso as possa prejudicar.

Na doença, nas dificuldades, na calamidade todos têm direito a todos os cuidados adequados. Qualquer outro critério – o da idade, o da esperança de vida, o da utilidade social – viola os direitos da pessoa.

É pouco ou nada produtiva hoje? Já o foi e porventura muito. Os jovens de hoje devem muito a pais e a avós. São responsáveis perante estes, como estes já foram perante eles. Caso contrário, como a indiferença e o egoísmo se transmitem de geração em geração, os que hoje não cuidarem dos pais não serão cuidados mais tarde pelos filhos. As nossas comunidades têm vivido e progredido com base na solidariedade.

Os idosos representam na atual pandemia um grupo de (maior) risco. Isto significa, e só significa, que precisam de mais cuidado do que os de menor risco.

Tais cuidados devem ser prestados pelas famílias, pela sociedade e pelo Estado.

Foi noticiado que nos hospitais há centenas de idosos internados só por não terem para onde ir.

Há que investir muito mais do que o que tem sido feito, nos cuidados a idosos, como diversos organismos internacionais acentuaram com referência a Portugal.

Os dois meses de confinamento de idosos, muitos deles abandonados pela família e pela sociedade, permitiram ter uma consciência mais clara deste problema social que atinge centenas de milhar de portugueses. Lembremos, a propósito que nem só de pão e medicamentos se vive, mas também do carinho e presença dos outros.

Confinar os idosos, mais do que as outras pessoas, só depois de se terem esgotado todos os cuidados e medidas de proteção não limitadoras dos direitos dos idosos.

Há uma calamidade? As primeiras atenções têm de ser para os mais frágeis.

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