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Ordem dos Médicos considera que é ‘hora de dizer basta!’ após agressão em Setúbal

Depois do Sindicato Independente dos Médicos, foi a vez da Ordem condenar, este sábado o acto que considera «absolutamente inaceitável», de agressão levada a cabo contra uma médica que estava a assegurar o serviço de urgência do Hospital de Setúbal, e que segundo a Ordem «configura um crime público e merece uma intervenção urgente por parte do Ministério da Saúde, do Ministério Público e de outras autoridades judiciais».

No comunicado a que o Diário do Distrito teve acesso, pode ler-se que «a nossa primeira palavra de solidariedade é para com a nossa colega violentada em pleno local de trabalho.

Não é de todo aceitável que quem está a salvar vidas não veja a sua própria vida devidamente protegida.»

A Ordem dos Médicos alerta ainda para que «os casos de violência contra profissionais de saúde estão a aumentar» e lamenta que este «aumento exponencial da violência seja mais um sinal de que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não está bem, elevando-se o clima de conflitualidade institucional que não dignifica nem beneficia ninguém».

E as críticas são dirigidas ao ministério da Saúde, pela «fragilidade da política autoritária e tremida que está a ser seguida por este.

Na verdade, a falta de um plano estruturado para a saúde que inclua as reformas essenciais e um investimento sério na saúde das pessoas, mas também nos profissionais que todos os dias fazem o SNS, está a resultar numa desestruturação do próprio serviço público, com taxas cada vez mais elevadas de abandono, de absentismo, de sofrimento ético, de burnout e de violência física e psicológica.»

A Ordem pede também uma intervenção «mais assertiva das autoridades judiciais nestes casos e que o Ministério da Saúde tenha uma intervenção rápida e urgente, com medidas e políticas concretas que permitam prevenir este tipo de situações e devolver aos profissionais e aos utentes um SNS em que o respeito, a confiança, a segurança e a qualidade imperem em todas as suas vertentes.»

‘Corremos o risco de termos cada vez menos profissionais disponíveis para trabalhar em contextos exigentes como o serviço de urgência’, alerta Miguel Guimarães, lembrando que ‘a qualidade e a segurança clínica também podem ser afetadas pelos contextos de pressão excessiva’.

No comunicado fica também expresso que a Ordem dos Médicos vai exigir responsabilidades às autoridades competentes, «nomeadamente ao Conselho de Administração do Hospital de Setúbal, dar todo o apoio à médica que foi agredida, e prevenir todos os médicos que não devem trabalhar sem as condições adequadas, designadamente aquelas que não garantem segurança clínica e segurança física.

Chegou o momento de dizer basta!»


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