Opinião

OPINIÃO – O bombo do orçamento

Esta semana um artigo de opinião de Marlene Pires Abrantes, presidente da Comissão Concelhia do CDS-PP Seixal

O bombo é um instrumento musical com forma cilíndrica de grande dimensão, de som grave e seco.

Assim são os argumentos da já não maioria comunista aquando do chumbo o orçamento da Câmara Municipal do Seixal: cilíndricos, graves e secos.

Tendo já passado mais de uma semana após o chumbo do orçamento, devidamente justificado, continuam a soar ecos dos ex – absolutistas.

O CDS-PP Seixal já sabe que a narrativa é a do habitual sofredor: “ao inviabilizar o aumento de 2,5 milhões de euros inscritos no orçamento de 2019, não só coloca constrangimentos a diversos investimentos, mas também nos salários e valorizações remuneratórias”, tudo isto uma verdadeira inverdade.

Pensam eles que estão a discursar para eleitos e população ignorantes. Pensarão eles que este engodo vai convencer a população, que por se sentir cada vez menos convencida lhe tirou a maioria absoluta.

Esquecem-se de quando chumbam orçamentos noutras autarquias como Almada e Montijo, no distrito de Setúbal, mas também em autarquia onde o CDS-PP ganhou a Câmara, como Velas!

O orçamento só foi chumbado porque o executivo quis que fosse chumbado, e a viabilização de um próximo só depende da CDU. Esquecem-se que quando se governa uma Câmara, devem criar-se pontes com a oposição, dialogar, discutir e acolher. Mas deve haver também uma abertura maior à população, como implementar o orçamento participativo ou informar com maior veemência datas das Assembleia Municipais e reuniões de Câmara.

Mas essa nunca foi a linha de pensamento dos autodenominados “democratas” que utilizam técnicas comunistas ortodoxas.  É que em mais de 40 anos de (des)governação comunista o concelho cresceu muito, contudo não se desenvolveu.

Os contínuos mandatos não trouxeram nada de novo para a população, muito pelo contrário: tem sido prática recorrente licenciar fogos habitacionais e não acompanhar o consequente crescimento da população com rede viária adequada e serviços como a saúde. 44 anos depois não existe um plano de ordenamento do território; não existe um plano de mobilidade; não se investe na recuperação das Escolas Básicas 1 e Jardim de Infância, faz-se um remendo aqui e um remendo ali; não se investe na resolução dos passivos ambientais; não se investe no arranjo e manutenção dos passeios.

Não fazem sequer a manutenção dos bairros municipais há anos, e a alguns nunca lhes “passou pelo estreito” algum tipo de intervenção, por mais que as pessoas se queixem.

O realojamento dos moradores do bairro social de Santa Marta de Corroios ainda nem tem previsão. As piscinas de Aldeia de Paio Pires estão há anos prometidas e há anos que constam de uma carta do desporto municipal. Em 2008 foram prometidos 80 km de ciclovias e onde estão esses 80 km? Localidades sem saneamento básico, sem alcatrão. Contratos de arrendamento ruinosos. Existe verba, muita verba para desbaratar dinheiro dos munícipes em: publicidade (cerca de 500.000,00€ previstos para o próximo ano), aquisição de serviço de emissão de ingressos no Splash Seixal (123.000,00€), organização do evento MTV Sunset Party Seixal (56.211,00€), aquisição de serviços para organização do evento “MTV Nickelodeon corrida (52.152,00€), serviços de projeção de filmes, vídeos e outros suportes multimédia (70.005,35€), construção de uma praça de touros (368.000,00€) e a última pérola: a compra de duas viaturas de luxo na “módica” quantia de 140.000,00€.

São estas as prioridades da já pouca maioria CDU Seixal. Naquilo que a autarquia poderia beneficiar a população, para além do que foi referido mais atrás, acrescentaria: devolução de uma percentagem do IRS aos munícipes, implementação do IMI familiar, pintar espaços grafitados, alargamento da ponte da Fraternidade (uma promessa muito antiga e que não passou do outdoor).

Mas como disse o eleito do CDS-PP na Assembleia Municipal do Seixal é só “festas, festinhas e festanças para enganar a malta”. O munícipe contribui até para a festa do Hospital do Seixal, que não existe (também por responsabilidade do PCP que sabendo dos adiamentos sucessivos ainda neste Governo da construção do Hospital teima em votar a favor dos orçamentos) e contribui para a festa política do Avante de cariz comunista no valor de mais de 28.000€.

Tudo serve de mote para fazer uma festa, beneficiar o partido cada vez menos maioritário na Câmara do Seixal e gastar o erário público. 44 anos depois a autarquia começa a olhar pela e para a Baía do Seixal, um importante ativo da natureza e uma vantagem para o nosso município.

O Seixal continua a deixar-se ficar para trás e qualquer dia a CDU fica a tocar o bombo sozinha.


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