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OPINIÃO – Novo ano, velhos costumes

Esta semana, um artigo de opinião de Marlene Pires Abrantes, presidente da Comissão Política do CDS-PP Seixal.  

Iniciamos o ano de 2019 com novos outdoors da Câmara Municipal do Seixal a anunciar obra feita. Na verdade, a melhoria da pavimentação, bem como qualquer melhoria para o Seixalenses é uma obrigação da autarquia, a colocação de outdoors um luxo.

E trata-se de um luxo que há anos que a Câmara do Seixal se serve deles sem olhar a meios financeiros, senão vejamos: para este ano a rúbrica da publicidade inscrita no orçamento para 2019, recentemente chumbado, andava na ordem dos 450 000,00€.

Se recuarmos no tempo para orçamentos passados constatamos que no orçamento de 2018 estava previsto 473 339,00€, para 2017 a previsão estava nos 407 163,00€, para 2016 o custo era de 195 577€.

E já no início deste ano a autarquia começa bem a desluzir 20 295,00€ para fornecimento e montagem de estruturas de publicidade de exterior e 20 015,59€ para inserção de spot publicitário na SIC, perfazendo um total 40 310, 59€.

Despesa desnecessária face aos problemas que o concelho padece, desde logo problemas sociais, ambientais, urbanísticos e mobilidade graças às prioridades que a já não maioria CDU evidencia, cujo propósito passa por agarrar o Seixal com unhas e dentes dê por onde der, gaste-se o que se gastar e cai por terra a narrativa “não podemos investir porque o orçamento foi chumbado pela oposição”.

Certo é que a propaganda do regime (quer por via do Boletim Municipal e outros meios de imprensa escrita, quer por via dos spots publicitários na televisão) constitui uma botija de oxigénio para a já não maioria CDU, numa altura em que as verdades são divulgadas nas redes sociais sem o controlo e lápis azul do executivo do Seixal.

A verdadeira crise na autarquia do Seixal ainda agora começou, fechámos o ano com o chumbo do orçamento e retaliações e começámos o ano com acontecimentos novos, que preocupam o CDS-PP Seixal: a impugnação da demolição do bloco 10 no bairro de Vale de Chícharos e as obras prometidas e adiadas anos a fio.

Sobre a Jamaica, vulgo Vale de Chícharos, não se entende como a Câmara do Seixal comete um erro tão grosseiro como não ter acautelado imprevistos como o que aconteceu: o tribunal decretou a suspensão da demolição do bloco 10.

Quis o CDS-PP saber junto do Presidente da autarquia, em reunião no âmbito do estatuto de oposição em Setembro de 2018, se tinham autorização, e cuja resposta foi “sim, está tudo tratado”!

Um verdadeiro erro, que se arrasta há anos e deveria estar resolvido com o PER em 1993, que poderá custar muito ao município uma vez que o edifício poderá ser reocupado, sem que haja controlo e criar uma nova situação de realojamento.

Por arrastamento também nos preocupa as condições em que vivem os moradores do bairro de Santa Marta de Corroios, cujo realojamento chegou a constar do orçamento e das promessas eleitorais da CDU até 2009 e desde aí evaporou-se.

O CDS-PP questionou em Setembro de 2018 o Presidente da câmara quanto a este problema, que respondeu que não havia previsão. Que falha da CDU, que tanto preconiza a defesa dos valores de Abril, face aos milhares desbaratados em propaganda do regime do cada vez menos “Seixalgrado”.

Neste domínio vale a pena elucidar o leitor que o Eng.º Kruz Abecassis foi pioneiro no campo dos projetos de realojamento, durante os seus mandatos entre 1979 a 1989 à frente da Câmara de Lisboa. Mais uma evidência que o CDS-PP tem bons autarcas.

Quanto às promessas, são uma constante, trata-se de uma longa lista de compromissos não cumpridos, e é preciso ter um verdadeiro descaramento para se prometer de 4 em 4 anos sempre as mesmas obras que começam nas piscinas de Paio Pires, conclusão da ER 10 entre Corroios e a Quinta da Princesa, remodelação das condutas distribuidoras de água com mais de 30 anos; conservação e recuperação da Quinta da Trindade; recuperação da antiga fábrica da seca do bacalhau; descontaminação da Lagoa de Hidrocarbonetos de Santa Marta de Corroios e do poço do Talaminho; refeitório da EB1 do Bairro Novo; recuperação de várias escolas EB1 por todo o concelho; o espaço multiusos; alojamento para jovens; programa municipal habitação jovem, recuperação dos núcleos urbanos antigos; recuperação do moinho novo dos paulistas; reconversão das AUGI´s.

Além disto não cumprem as resoluções aprovadas nas Assembleias Municipais.

Vale a pena o caro leitor refletir sobre isto no presente e no futuro, pelo desenvolvimento e progresso do Seixal.


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