O nosso dinheiro cada dia vale menos!
Esta semana, mais um artigo de opinião sobre poupança de Tiago Machado de Sousa, professor universitário.
Contra todas as indicações os valores depositados atingiram em Janeiro um dos valores mais elevado de sempre.
Aplicar uma poupança num depósito a prazo é pouco atractivo, se não considerarmos campanhas promocionais, já que as taxas estão em mínimos.
Mas em Portugal estas aplicações são ainda menos aliciantes do que na média da Zona Euro. É o reverso da medalha da exposição a taxas variáveis: paga-se menos no crédito à habitação, recebe-se menos nos depósitos.
Em Setembro, em média, as instituições em Portugal pagaram um juro bruto anual de 0,30% pelos depósitos até um ano. Um valor que fica aquém dos 1% remunerados pela média da Zona Euro, de acordo com os dados do Banco Central Europeu (BCE).
A taxa de juro dos depósitos está no valor mais baixo desde que o Banco de Portugal começou a compilar estes dados (Janeiro de 2003).
E se de facto as famílias portuguesas recebem menos por terem as suas poupanças aplicadas num depósito do que a média da Zona Euro, também é certo, que em Portugal a média de juros cobrados pela banca nos empréstimos à habitação é mais baixo do que na Zona Euro.
Porquê? Porque a quase totalidade dos créditos em Portugal tem como indexante as taxas Euribor, o que não acontece na generalidade dos países do euro. Com os juros do BCE em mínimos históricos (taxas negativas -0,25%) as taxas Euribor acompanham esta tendência e ainda ontem atingiram novos mínimos históricos.
Com isto, as remunerações dos depósitos e os juros dos empréstimos dentro de 1 a 2 anos NÃO serão remunerados, podendo equacionar-se os clientes pagarem para os bancos assegurarem as suas poupanças.
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