Opinião

O muro invisível

A aprovação no parlamento de um governo socialista com o apoio do PCP e BE, foi o mote para que muitos saudassem a queda do “muro” que separava o PS dos partidos à sua esquerda.

Convém lembrar que esse muro foi erguido por Mário Soares, era o limite, a fronteira entre um país europeu moderno, uma democracia liberal de estilo ocidental, capitalista, que valorizava o investimento privado como motor da economia e respeitava as instituições e um país comunista do estilo da Alemanha de Leste ou Cuba.

Ao contrário do outro Muro, o de Berlim erguido pelos comunistas para manterem refém o seu próprio povo, obrigando os mais corajosos a arriscarem a vida em busca da liberdade e da prosperidade no outro lado da fronteira, o muro invisível erguido pelos socialistas democratas pretendia tornar o PS imune à chantagem da sua extrema-esquerda.

A julgar pelos resultados eleitorais e sondagens, Costa tinha razão, a sua estratégia estava certa, os portugueses esqueceram os perigos que partidos como o BE ou o PCP representam e não se importaram de ter o país na mão destes partidos, que nunca é demais lembrar, detestam a iniciativa privada, a liberdade de imprensa, e as instituições democráticas.

Estarei a exagerar? Deixem-me dar-vos um exemplo, o lema do PCP neste período crítico da vida do país é “nem um direito a menos” referindo-se aos direitos dos trabalhadores, opondo-se ao “lay-off” e aos despedimentos.

Acontece que, quando estão em causa os direitos dos próprios trabalhadores do Partido, o caso parece mudar de figura, que o diga Miguel Casanova, despedido sem justa causa do PCP por estar contra a formação da “Geringonça”, o funcionário resolveu agir judicialmente, o PCP já perdeu na primeira instância e na Relação, mas mesmo assim continua sem readmitir o funcionário https://expresso.pt/politica/2020-05-02-Caso-Casanova.-Tribunal-lembra-PCP-que-esta-sujeito-a-lei.-Comunistas-acham-intoleravel, é o próprio partido que refere ser “intolerável” a decisão do Tribunal.

A actual pandemia permitiu-nos ter um vislumbre do que era viver na Alemanha de Leste antes da queda do muro, à casta privilegiada próxima do poder tudo era permitido, viviam em condomínios privados nos arredores de Berlim, protegidos por militares e com acesso a todo o género de luxos, enquanto ao resto da população lhe era vedado o acesso aos bens mais básicos e de primeira necessidade sendo estes muitas vezes racionados.

A última demonstração desta forma despudorada de governar aconteceu quando, perante um coliseu praticamente cheio, primeiro Costa e depois Marcelo disseram aos portugueses, “nós e os nossos amigos podemos ir onde queremos, mas vocês não. Nós podemos, vocês não”.

Os regimes socialistas sempre foram assim, promoveram castas, as leis e as regras não se lhes aplicam. Hoje é o futebol que não pode ter adeptos, as touradas que não podem acontecer e os manjericos que não podem ser de papel, sem que para essa proibição exista algum racional que não seja a vontade dos que mandam.

Não fiquem descansados se não gostam de futebol ou de touradas, se continuarmos passivos chegará o dia que as proibições chegarão ao que gostam, se alimentarmos o “monstro” ele não conhecerá limites senão o do seu livre arbítrio.

Aos amantes da liberdade pede-se coragem, o futuro encarregar-se-á de nos dar razão.


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