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O Mordomo das Festas

Esta semana um artigo de opinião de Samuel Marques, Oficial Chefe de Máquinas Marítimas.

Caríssimos(as) leitores(as) este ano temos tido imensas coisas para celebrar. Vivemos no concelho do Seixal e sempre em festa. Aliás é uma festa mas é só para alguns.

As coisas neste ano da graça de 2019 têm sido um festival da alegria.

Começamos logo com a festa de fim de ano que correu muito bem com um tempo quente a convidar aos passeios à beira rio. Dois palcos montados (um não chegava) tudo isto para uma afluência de gente que era tanta mas tanta que teve que se pedir reforços de autocarros à CARRIS.

E a cereja em cima do bolo foi o foguetório estrategicamente colocado em cima do canil. Afinal os bichos também têm direito a festa (se não morrerem de ataque cardíaco) Mas a coisa nem ficava completa se não aparece-se a fatura dos Djs (ALEGADAMENTE) 10 000 Euros. Coisa pouca para um concelho que até não está endividado até ao pescoço.

Em compensação a velha escola primaria de Santa Marta do Pinhal, que está nas competências da câmara municipal tem fungos de humidade pelas paredes abaixo. ALEGADAMENTE não há verba disponível. Mas há uns meses atrás houve alguém com vergonha da situação que lá foi dar umas pinceladas de tinta.

Depois veio o Festival do Maio um evento que teve mais participação popular com custos na ordem dos 230 000 euros. Uma espécie de festival relativista da música de intervenção com um cheirinho a PREC. Tudo para entreter o pessoal e manter a chama acesa ao povo com novos amanhãs que cantam.

Como contraponto continua por construir a rotunda na avenida 10 de Junho naquele malfadado cruzamento da antiga panificadora em Fernão Ferro.

Agora no mês de Junho tivemos um evento que merecia vir na revista BLITZ ou pelo menos na revista NOVA-GENTE. O referido evento com um nome sonante até foi promovido na RTP no programa Praça da Alegria, onde até o decor do programa contou com mesas de tasquinhas compostas por chouriço assado e sardinhas. Isto tudo numa hora de bastante audiência de gente que vem a festivais de música. E onde a pouca que há se distribui maioritariamente pela SIC com o programa da Cristina e pela TVI com o Goucha. Mas talvez porque a SIC não tivesse espaço no alinhamento porque tinha alguém mais na moda para entrevistar não pôde promover este festival imperdível. No caso da TVI não dava talvez por causa das reportagens da jornalista Ana Leal.

O evento foi tão grandioso que a marca que usaram para dar o nome ao festival foi paga por 300 000 euros por 2 dias sem exclusividade. Quer isto dizer que se os concelhos de Almada e Montijo quisessem fazer o mesmo festival na mesma data e com a mesma marca o poderiam fazer porque o contrato previa a não exclusividade.

Imaginem que a presidente da CM de Almada, alguém conhecedor do mundo do espetáculo, decidia fazer o mesmo no mesmo dia? Ia ser lindo.

O que valeu para encher a casa foram os 1500 bilhetes distribuídos entre funcionários da CM Seixal e funcionários do supermercado e.Leclerc.

Em compensação há pelo menos uma freguesia que não tem caudal suficiente nas torneiras. Ou que tem dias que os contadores da água em vez de contarem metros cúbicos de água contam metros cúbicos de ar comprimido. Ainda por cima mais caro que a água.

Nisto tudo fico a pensar caros(as) leitores(as) mas eu votei. Sim porque eu votei no actual executivo camarário. Para eleger o presidente da câmara municipal ou foi para eleger o mordomo das festas?

Fica a pergunta.


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