Opinião

O Dono de Montijo!

Esta semana, e em plena sessão de câmara, o Sr. Presidente Nuno Canta, decidiu pedir a demissão de um trabalhador de uma associação municipal – a AFPDM – entidade titular do Conservatório Regional de Artes de Montijo.

Este trabalhador, que é só o seu Director Pedagógico, Ilídio Massacote, terá tido a imprudência e cometido o “crime” de discordar da política cultural praticada pelo município de Montijo e, pior, publicou um artigo de opinião num jornal regional justificando a sua posição.

Este episódio, se for analisado isoladamente, não só é ridiculamente impróprio, como revela uma relação muito deficiente com a democracia, a liberdade de expressão e o pluralismo. Mas, este triste episodio, não é novidade nem caso único!

Nos últimos anos são vários os casos de claro ataque à liberdade de expressão, quer ao órgão máximo deliberativo, que é a Assembleia Municipal e ao seu papel fundamental na manutenção do equilíbrio democrático em Montijo, quer aos vereadores da oposição na sua função fiscalizadora, inscrita e protegida pela Lei do Direito à oposição, quer na instituição de um clima de ameaça e perseguição aos funcionários camarários que não comunguem do ideário seguido e imposto pelo sr. Presidente Nuno Canta.

Foi assim no gravíssimo caso da violação de correspondência dos vereadores da oposição; foi assim na votação contra da ordem de trabalhos na realização de uma sessão extraordinária da Assembleia Municipal, convocada por 1\3 dos deputados (como exige a Lei),  impedindo assim a sua realização  e também a discussão e votação daquela que é apenas a decisão mais importante e que mais afectará a vida dos montijenses dos próximos anos: a delegação de competências nas autarquias; foi assim na alteração do horário das sessões da Câmara Municipal das 19h para as 15h, impedindo a maioria dos montijenses de poderem ter uma participação activa no futuro da sua cidade; foi assim na recusa de aprovar a gravação e transmissão dessas mesmas sessões da CM e da ordem para que as gravações áudio sejam imediatamente destruídas após a exaração da acta, impedindo desta forma a verificação da veracidade e factualidade da mesma antes da sua aprovação; foi assim, e continua a ser assim, em inúmeros episódios tristes, reveladores de uma personalidade que lida muito mal com a crítica, com a opinião diferente de quem acredita num caminho alternativo para melhoria da vida dos montijenses.

E se não chegavam todos estes episódios, podemos ainda acrescentar o facto de as próprias associações existentes no concelho estarem a ser alvo de tratamento diferente conforme o grau de “purezaRosa” dos seus dirigentes.

Esta ingerência, esta inaceitável interferência nas instituições e organizações do concelho, expõe a personalidade autoritária, narcisista e ditatorial disfarçada de socialista do senhor presidente Nuno Canta.

Aqueles que verdadeiramente lutaram contra a imposição de um regime autoritário, aqueles que estiveram do lado certo do 25 de Novembro não podem ficar calados, nesta que é “a” hora de gritar bem alto os valores da Liberdade e da Democracia.

Os Montijenses têm o direito de conhecer a verdadeira face daquele que os governa! Daquele que usa o departamento de comunicação da CM, não para promover a imagem da cidade e o desenvolvimento do seu turismo mas sim, para evidenciar a sua própria, com inúmeras fotos, cheio de si, quase sempre só, qual “dono” e senhor da cidade.

Aquele que tem o Montijo parado no tempo à espera de que um qualquer Aeroporto que resolva tudo o que devia ter sido resolvido nos últimos 20 anos. Aquele que por incompetência transita milhões de ano para ano, gastando tostões onde é absolutamente necessário, instalando contentores nas nossas escolas e, desperdiçando depois milhões em jardins e projectos absolutamente inúteis.

Onde está o novo centro de saúde prometido no edifício do Hospital? Onde estão as piscinas da zona ribeirinha e o seu desenvolvimento? Onde está o Centro Escolar de Pegões? Etc, etc, etc.

Estou absolutamente solidário com o Ilídio Massacote!

Quem não tem medo de dizer o que pensa, quem acredita num caminho alternativo e na liberdade absoluta para o poder defender sabe, que no Montijo, há ainda, um preço muito alto a pagar.

Eu sei!

Mas nunca me calarei!

E espero que na nossa terra, os “massacotes” sejam cada vez mais e que o futuro de Montijo democrático e verdadeiramente livre seja rapidamente uma realidade.

O único dono de Montijo são os Montijenses, todos, num conjunto e sem excepção!

 


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