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‘O coração dói sempre que não nos atendem na Ucrânia’ (C/ vídeo)

A azáfama não pára nem quase para falarem com a jornalista. É preciso dividir e empacotar os muitos bens doados em poucos dias, porque este sábado, uma carrinha irá levantar as doações, que seguem para a Junta de Freguesia de Fernão Ferro e dali para Lisboa.

Depois, depois irá auxiliar os milhares de pessoas que tiveram de sair da Ucrânia devido à invasão ordenada por Putin.

No n.º 33 na Rua Professor José Maria Vinagre, prepara-se um pouco de esperança para uma população que há uma semana atrás teve a sua vida completamente destruída.

“Esta recolha de bens não seria necessária se não houvesse guerra. O frenesim começou quando anunciei a minha intenção de não ficar parado e fazer algo pelos ucranianos.”

É assim que Joel Lira explica mais uma das suas aventuras solidárias. “Estava a falar sobre o horror desta guerra no café e pedia a uma amiga se sabia de um local onde pudesse receber alguns bens. Um casal ouvia-me e veio ter comigo, oferecendo esta loja durante o tempo que for necessário.”

E a onda de solidariedade tem sido imparável. “Estamos a fazer uma recolha solidária que não tem data para terminar, recebemos às segundas, quartas e sextas-feiras, das 14h00 às 17h00 e aos sábados das 10h30 às 14h00. A principal solicitação são alimentos para humanos e animais, produtos de higiene para adultos e crianças, analgésicos, mas tudo o que vier é bem-vindo.

Estou muito feliz por ver que as pessoas que estão aqui de alma e coração, vieram dar o seu melhor para o mundo.”

Uma das voluntárias que se azáfama em redor das caixas, que rapidamente se vão enchendo, é Irina, ucraniana que reside em Portugal há 22 anos.

A pergunta é inevitável: como se sente com tudo o que está a acontecer no seu país natal.

“O coração dói, porque tenho lá familiares. Sempre que lhes ligamos e eles atendem, ficamos aliviados; mas quando não atendem o coração dói e salta.

É assustador e esperamos que isto acabe o mais rapidamente.”

Irina não descarta um regresso à Ucrânia, “se souber que posso ajudar lá. Agora, o que posso fazer, faço aqui, mas se for necessário irei voltar, embora aqui tenha os meus amigos e família.”

Irina deixa ainda um agradecimento a Portugal. “É inacreditável. O povo português é muito unido e solidário, dão apoio, dão abraços, conseguem fazer tudo e mais alguma coisa. Estou muito grata ao povo português.»


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