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Notícia DD: Comemorações da Câmara do dia de Bocage manchadas por protesto dos bombeiros sapadores

Leia aqui as declarações exclusivas do dirigente do Sindicato Nacional de Bombeiros Sapadores ao Diário do Distrito.

No dia em que se celebra a vida e obras de Bocage, os Bombeiros Sapadores de Setúbal juntaram-se na praça do Bocage, numa manifestação de protesto. Os profissionais reclamam a “falta de respeito” do executivo para com eles, que após várias tentativas, nunca reuniram com os bombeiros.

Em declarações exclusivas ao Diário do Distrito, Cláudio Almeida, bombeiro sapador de Setúbal e dirigente nacional do Sindicato Nacional de Bombeiros Sapadores, explicou o manifesto.

«De há uns anos para cá que os bombeiros não têm sido ouvidos pelo executivo. Tentamos marcar constantemente reuniões, por quatro vezes nós tentámos marcar essa reunião, foi sempre pedido que tivesse alguém do comando, alguém que nos desse alguma resposta em termos operacionais. À quarta tentativa, foi realmente marcada essa reunião, onde esteve apenas o departamento de recursos humanos da Câmara Municipal, o senhor vereador Manuel Joaquim Pisco Lopes e o doutor António Pinto. Não esteve ninguém para nos dar respostas em termos operacionais. Consideramos que é uma falta de respeito com o bombeiros sapadores… Se nós queremos transmitir alguns problemas operacionais que existem na nossa casa, também gostávamos de ter um resposta, e como foi dito pelo senhor vereador e o doutor dos recursos humanos, eles próprios não nos conseguem dar essas respostas. Tem sido sempre assim em termos de diálogo.

Nós temos, por exemplo, falta de escadas de alumínio. Algo simples, que custa 200€, valor irrisório para a Câmara Municipal de Setúbal, mas que por falta de conhecimento ou por falta de interesse, essas escadas não são respostas. São escadas que estão nos veículos de primeira intervenção. A qualquer momento podemos precisar delas, para subir a um primeiro andar ou saltar um muro com três metros. Podem fazer falta a qualquer momento.

Temos situação, em termos de números operacionais, o efetivo diário, muito a baixo daquele que é essencial. Está estipulado em regulamento interno mais de 20 operacionais diários, nós chegamos a trabalhar com 10. Há falta de incentivo, os bombeiros acabam por ficar cansado, acabam por sair há rua».

Sobre a segurança da população, «se tiver muito a baixo do número de operacionais diários, é normal que afete». 

A qualidade e desgaste do material também preocupa os bombeiros: «Temos os carros a sair num socorro diário de 2000 a 2002, já bastante antigos com bastantes quilómetros e uso, a capacidade de resposta acaba por ficar limitada, nem que seja por uma questão de recursos humanos. É necessário um socorro hospitalar mais eficaz, um VFCI – Veículo Florestal de Combate a Incêndios – que seja substituído, mas o que realmente falta é manutenção constante e a reposição do material em falta. O VSI, que é um carro que sai diariamente, está há quatro meses sem fechar a porta de trás, está presa com uma corda. Essas pequenas manutenções não são feitas e que pode por em causa, tanto a segurança dos bombeiros, como a da população».

Aponta o dedo à CDU, dizendo que os bombeiros tiveram reunidos com todos os candidatos ao Municipal, excepto o partido referido: «Se for a CDU a ganhar, acaba por acontecer o mesmo. Se não têm dialogado connosco até agora, se não querem dialogar quando são candidatos, quando é que vão querer dialogar?».

A nível de questões laborais, «um partido como o Partido Comunista Português, que é defensor do povo e dos trabalhadores, era essencial que ouvisse os trabalhadores… Temos situações laborais, de reposicionamento de escalões, que foi a única Câmara a nível nacional que reposicionou os bombeiros de forma errada. Vamos para tribunal, vai-se arrastar alguns anos e fica resolvido. Mas será que é essa a solução? Não podemos dialogar e entrar em consenso? O diretor dos Recursos Humanos ficou de nos enviar a documentação que sustenta esse reposicionamento, mas não foi enviada, de há quatro meses para cá».

O partido Chega está presente na manifestação. Em declarações, o candidato do partido diz que «a luta dos bombeiros tem se der a luta da população. Estão a reivindicar mais meios e não têm… Se os bombeiros tiverem felizes, a população setubalense também vai estar. Temos de dar melhor condições a estas pessoas que estão prontas a ajudar o próximo».

Em exclusivo ao Diário do Distrito, o vice-presidente Manuel Joaquim Pisco Lopes disse não haver razões que sustentem a manifestação: «Sou responsável dos Recursos Humanos e nunca houve uma reunião que fosse solicitada pelos bombeiros, formal ou informalmente, que não fosse feita. Falámos diversas vezes. Não há razões de ordem profissional nem laboral, ou de falta de equipamentos… A questão das escadas de alumínio é uma coisa ridículo, é talvez a companhia de bombeiros melhor equipada no país. Estão a fazer mudança nas escadas. É uma motivação que toda aparenta ser política. Agora, os responsáveis por esta iniciativa que expliquem depois porque é que a fizeram…».

Em resposta à questão da falta de presença, o vice-presidente respondeu que «a presidente distribui pelouros. As questões laborais são dos recursos humanos. A presidente já falou com muitos bombeiros, todos falamos. A responsabilidade de tratar dos assuntos laborais são os serviços de recursos humanos. Eu sempre falei com eles, nunca houve problema. Isto tem um outra motivação que é externa à companhia de bombeiros e às questões laborais. Na época em que estamos, eleições… Depois de termos assistido a manifestações destas contra o presidente da Assembleia da República, parece que as pessoas começam a pensar que isto dá algum resultado. Espero que então que não, que é contraproducente, e que é um desrespeito a uma comemoração oficial da cidade, é um desrespeito a toda a cidade».

Sobre as acusações à CDU, Manuel Joaquim Pisco Lopes disse não ter conhecimento do assunto.

O protesto segue para o Fórum Luísa Todi.

Veja aqui um vídeo da manifestação:


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