Opinião

Não faças aos outros, não faças…

Uma crónica de Vera Esperança.

Está à espera da crónica de hoje, bem sei. E também espera que aborde a questão daqueles animais que mataram 540 seres vivos na Herdade da Torre Bela na Azambuja. Não vou falar dos animais que cometeram esse crime. São hediondos, tal como o ato que praticaram.

Hoje vou ensiná-lo como atuar quando vir um animal abandonado ou perdido. Não se admire se for um daqueles que acabou por ser confundido com um presente natalício, daqueles que lhe falei a semana passada e que aparecem numa família embrulhados com um laço e que só depois descobrem que também fazem chichi.  Raios os partam!

Vá buscar o telemóvel para anotar uns contactos. Despache-se. Estou a fazer tempo enquanto espero…. Chiça! Deixo-lhe aqui dois procedimentos que pode adotar, sendo o primeiro de evitar a todo o custo:

1 – Modus operandi formal: Se encontrar um animal perdido ou abandonado deve contactar o Centro de Recolha Oficial (CRO) da área da sua residência, esses centros sempre sobrelotados já sem condições para recolher animais – no telefonema deve descrever o animal e indicar a sua localização exata. Se o CRO nada fizer ou disser, contacte a PSP – defesa animal, caso resida num grande centro urbano, ou a GNR – SEPNA, para o restante território nacional. Se ainda assim não ficar satisfeito com a resposta obtida, pode ainda contactar o PAN, a Câmara Municipal ou a junta de freguesia da área da sua residência, associações locais de proteção animal e até o provedor do animal. Mas não se esqueça que deve primeiramente oferecer água ao animal e, se possível, algum alimento. Certifique-se que o bichano é amigável e que não se encontra ferido ou doente.

2 – Modus operandi fofuras – Há cidadãos que perante um animal que se apresenta como inofensivo optam por se deslocar a um veterinário que, de forma gratuita, procede à leitura do chip onde consta a identificação do fofinho que encontrou. Já o fiz. Mas aqui podem acontecer três desfechos: ou o animal tem chip, o veterinário liga ao detentor e ficamos a saber que aquele que já apelidávamos carinhosamente de Bilinho, é afinal o Sun do Meco, que ainda não tinha sido dado como desparecido; ou o animal não tem chip e fica com um Tie em casa, porque no seu peito está desenhada uma mancha branca que parece uma gravata. Mas antes de ficar com o Tie certifique-se através da ajuda das redes sociais e de perguntas colocadas aos vizinhos se o Tie não é afinal o Tommy que desandou atrás da Violeta, essa sirigaita pestanuda que passeou no jardim em frente à sua casa e deixou um odor irresistível. Passe também pelas clínicas veterinárias e disponibilize folhetos com a fotografia do animal que resgatou, disponibilizando o seu contacto móvel ou o seu e-mail. E, já agora, consulte também esta base de dados de animais desparecidos: https://www.encontra-me.org/desaparecidos/bd . Como terceiro desfecho pode sempre acolher temporariamente o animal até conseguir arranjar-lhe uma família definitiva.

Se o animal tiver coleira, um pelo bonito, não estiver magro, se está tosquiado e tem as unhas cortadas, obedecer a comandos básicos e não fizer as suas necessidades em casa, é natural que esteja perdido e não esteja abandonado desde sempre. Se, pelo contrário, o animal aparentar outros sinais que não os elencados é natural que tenha sido abandonado, mas não deverá fazer desta presunção uma regra, pois pode igualmente estar perdido, só que há um maior período de tempo.

Se não conseguir encontrar a família humana do animal tem duas opções: ou alarga o seu agregado familiar, não olvidando que uma adoção é um compromisso para a vida e que exige responsabilidades da sua parte; ou pode ficar com o animal apenas durante o tempo necessário a encontrar-lhe um lar seguro. Neste último caso, as associações de defesa e proteção animal costumam ajudar.

O ideal é sempre tentar interagir com o bichaninho e dar-lhe a segurança e o cuidado que gostaria que lhe dessem, caso o abandonado/perdido fosse o meu caro amigo. Faça uso daquele sábio e velho provérbio: não faças aos outros o que não gostarias que te fizessem a ti.

E agora, os contactos para poder ajudar quem mais precisa:

EntidadeTelefoneMailSite
CROshttps://www.google.com/search?q=centros+de+recolha+oficial+de+animais&rlz=1C1SQJL_pt-PTPT925PT925&oq=centros+de+recolha+ofic&aqs=chrome.0.0j69i57j0i22i30l2j0i22i30i395l6.4660j1j4&sourceid=chrome&ie=UTF-8
SEPNA213217000sepna@gnr.pthttps://www.gnr.pt/atrib_SPENA.aspx
PSP – Defesa Animal217654242defesanimal@psp.pthttps://www.psp.pt/Pages/atividades/ProgDefAnimal.aspx
PAN213426226geral@pan.com.pthttps://www.pan.com.pt/
Camaras Municipaishttps://www.anmp.pt/municipios/municipios/contactos-camaras-municipais/  
Juntas de freguesiahttps://freguesiasdeportugal.com/contact/

Voltarei, porque, afinal, “somos todos iguais”.


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