Opinião

Na Câmara dinheiro a sobrar, nas associações verba a faltar

Um artigo de opinião de António Matos

A propósito da Medida Complementar de Apoio às Associações e Coletividades em Almada neste período pandémico.

Câmara Municipal de Almada aprova a abertura da 3ª fase do programa “Medida Complementar de Apoio às Associações e Coletividades”, que se destina a apoiar Associações e coletividades, neste período pandémico, e que decorre de 15 de março a 15 de abril de 2021, e que conta com um orçamento disponível de 100 000,00 euros.

Na 1ª fase, foram aprovados 23 apoios, perfazendo um valor global, para todo o movimento associativo almadense de 26 000 euros, sendo que existia uma disponibilidade orçamental de 200 000 euros.

Nas duas primeiras fases deste programa foram apoiadas 53 candidaturas, correspondendo a 39 entidades, tendo sido atribuído apoios no valor total de 61 872,21 euros, sendo que a verba inscrita em orçamento era de 300 000 euros (200 000 euros da 1ª fase e 100 000 euros da 2ªa fase)

As verbas, por coletividade, situaram-se nos 900 euros por apoio, podendo ir até1 400 euros. Insignificante, para a dimensão das necessidades.

Poucos apoios, pouco orçamento utilizado, verbas a sobrar.

Que razões justificarão um tão baixo nível de apoio financeiro às associações do concelho?E que razões levarão a que a maioria das coletividades, tão necessitadas, não apresentem as suas candidaturas a este programa?

Vários fatores justificarão as poucas candidaturas e os poucos apoios concedidos.

Adianto uma “leitura”: o normativo que regula a concessão destes subsídios não poderia estar mais longe das necessidades. Afirmo-o veementemente. Dizem-no todos os dirigentes com quem tenho falado.

Assim, os clubes não vêm qualquer apoio específico para as grandes e reais dificuldades com que se confrontam, designadamente:

Pagamento a equipas técnicas, compromissos financeiros mensais com aquisição de equipamentos, pagamento a professores, inscrições das equipas, inspeções médicas, seguros, transporte de equipas, ajuizamentos das competições.

Poderemos estar na eminência de assistir a uma queda brutal do número de praticantes desportivos e do número de utentes das diversas atividades culturais e de formação artística, em resultado da diminuição das condições financeiras das famílias, que as desabilitam de poder assumir o valor das mensalidades, com graves consequências no plano da saúde individual, rendimento nos estudos, equilíbrio financeiro dos clubes e associações.

Havendo conhecimento desta situação a nível das equipas técnicas da Câmara Municipal, tendo os dirigentes dos clubes e coletividades, ideias interessantes para o “desenho” de um modelo de apoio público municipal ajustado ao atual momento,

Que falta fazer, então, para que isto funcione e se possam utilizar os dinheiros disponíveis para fazer face à grave crise que, como todos os setores da comunidade, os clubes e coletividades vivem hoje?


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