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Mundo | Órgãos vitais de porcos “ressuscitados” por cientistas

Foi na passada quarta-feira, dia 3 de agosto, que uma equipa de cientistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, anunciou o restauro da circulação sanguínea e de células vitais em porcos que estavam mortos há cerca de uma hora.

Órgãos como o coração e o cérebro, que funcionam pelas células e pelo fluxo do sangue, são os responsáveis pela determinação do falecimento – esta investigação é tida por muitos como um desafiar da definição da própria morte.

Mais imediatamente, as conclusões destes investigadores poderão aumentar a eficácia e durabilidade dos órgãos, reduzindo a necessidade de transplantes. Existe, ainda assim, todo o debate envolto na ética do procedimento desta experiência, publicada na revista Nature.

Para que os porcos deixassem de viver, foi induzido um ataque cardíaco que impediu o fluxo sanguíneo e, por consequência, o recebimento de oxigénio pelas células (isquemia). Após uma hora, os cientistas bombearam os animais com um líquido que continha o próprio sangue dos porcos, em conjunto com uma forma sintética de hemoglobina e medicamentos que protegem as células e previnem coágulos sanguíneos.

“Essas células estavam a funcionar horas depois do que, supostamente, deveriam – o que isso nos diz é que a morte das células pode ser parada” aponta Nenad Sestan, autor do estudo e investigador da Universidade de Yale.

Um debate fica aberto para a comunidade científica relativamente à morte, que é tida como um processo, e ao momento em que é possível efetivamente declará-la.

Arthur Caplan, bioeticista da Universidade de Nova Iorque, considera que esta investigação “ressalva bem” a questão de que “as pessoas tendem a focar-se na morte cerebral, mas não há muito consenso sobre quando ocorre a morte cardíaca”.

No decorrer do processo da experiência, os animais tiveram movimentos involuntários, como o mexer da cabeça, do pescoço e do torço. Não se prova, no entanto, pelas palavras dos cientistas, que estes movimentos estivessem ligados ao cérebro, uma vez que não se sentiu atividade elétrica.


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