Portugal já viveu momentos conturbados com uma paralisação de polícias que confrontaram polícias com polícias, tudo isso ocorreu no Terreiro do Paço nos anos 80, agora a nuvem de paralisação paira novamente sobre a ‘cabeça’ do MAI, do Comando Geral da GNR e da Direção Geral da PSP, com a ameaça dos elementos e militares da PSP e GNR de parar se as suas reivindicações não forem atendidas.
O Movimento Zero em pouco tempo conseguiu já uma rede considerável de seguidores, mais de 20 mil que acompanham a página do movimento na rede social Facebook, e em pouco tempo este movimento tem-se feito ouvir nas cerimónias da PSP e da GNR.
A última das quais foi nos Jerónimos, em Lisboa, onde mais de uma centena de elementos que assistiam no público vestiu a camisola do Movimento Zero e ouviu o discurso do Diretor Geral da PSP de costas, já o Ministro do MAI, Eduardo Cabrita, não teve o mesmo privilégio, ficando a falar enquanto os elementos saiam e formavam um zero com os dedos.
Uma reportagem elaborada pela RTP, dá conta do total descontentamento dos elementos deste movimento, com esquadras sem condições de segurança e higiene, paredes a cair, WC disfuncionais, mas para além disso o descontentamento passa pela compra de todo o material que é preciso para exercer a profissão, fardas, algemas, botas, casacos entre outras coisas.
Já na parte operacional, os elementos de ambas as autoridades se queixam de andarem a conduzir viaturas de serviço sem seguro, sem inspeções e muitas delas com mais de 30 anos de serviço, carros que já fizeram três e quatro voltas aos motores e que são autênticos perigos tanto para a vida dos profissionais de segurança como para a vida dos cidadãos.
No caso da GNR, existem postos que ainda usam os ‘velhos’ Nissan Patrol, viaturas com mais de 30 anos e que ainda estão ao serviço da Guarda. Em muitas dessas viaturas, os bancos são apoiados em pedras de calçada a fazerem de apoio, as mudanças são presas com borracha elástico, porque já não engrenam e o barulho de peças soltas dentro do habitáculo é notório.
Ratos e baratas também fazem parte do dia a dia dos homens e mulheres destas forças de segurança, esquadras e postos são invadidos pelos roedores e pelas baratas, a falta de higiene é notória em algumas instalações com mais de 20 anos e sem qualquer obras de requalificação.
A revolta dos profissionais subiu de tom quando alguns elementos da PSP foram acusados em tribunal de maus tratos a cidadãos durante uma rusga policial efetuada a um bairro problemático na grande Lisboa, a condenação dos elementos subiu de tom no seio dos elementos e a partir dessa data surgiu o grupo Movimento Zero com o objetivo de defender os direitos de todos os profissionais de autoridade.
Um grupo que diz estar atento às situações reais no setor e que espera por respostas por parte dos Comandos da GNR e PSP e do MAI, até hoje não respondidas.
A ameaça é real e os elementos de segurança podem vir a parar o país, homens e mulheres que não estão abrangidos pela lei da greve, mas que ameaçam paralisar devido à falta de respostas e de atenção devida que merecem.
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