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Motoristas: Duas bombas esgotadas em Setúbal e longas filas onde há combustível

A primeira bomba de gasolina a ficar com os tanques vazios em Setúbal foi no Poço Mouro, que, pelas 15:30, encontrava-se praticamente deserta, não sendo possível averiguar quando voltará a ser reabastecida.

Pela mesma hora, uma gasolineira no Vale do Cobro também anunciava que já só tinha gasolina 98.

Momentos antes, os utentes esperavam cerca de 30 minutos para conseguir abastecer e Maria Victor, de 51 anos, foi uma das últimas pessoas que conseguiu gasóleo para o seu carro.



“Vim mesmo porque já não tinha, mas não atestei”, indicou a mulher à Lusa, responsabilizando as pessoas pela falta de combustível.

“Acho que isto é uma estupidez porque a greve só começa na segunda-feira. É a população que está fazer isto”, frisou.

Pelo contrário, num posto da Avenida Infante Dom Henrique ainda existiam todos os combustíveis, mas a fila estendia-se até à rotunda da Praça de Portugal.

Segundo uma funcionária, os tanques foram abastecidos hoje, mas “não devem durar até ao final do dia”, não adiantando qual a previsão de reabastecimento.



José Tavares, de 32 anos, esperou cerca de meia hora para ser atendido neste posto e afirmou que só o fez “por necessidade”, apesar de ter aproveitado “para abastecer mais um bocadinho”, tendo em conta a greve que se inicia na segunda-feira.

Também Manuel Marques, de 56 anos, disse à Lusa estar a abastecer “porque precisava”, referindo que a greve dos motoristas de substâncias perigosas “é uma palhaçada e uma encenação”, criticando os profissionais e o Governo “por não terem resolvido a situação”.

Dentro do estabelecimento, gerou-se até um pequeno conflito entre uma funcionária e o utente Paulo Sousa, que criticou o pré-pagamento quando “não sabia quanto tinha que meter para atestar”.

O homem conduzia a carrinha do trabalho e abastecia por necessidade, considerando toda esta situação “uma estupidez”, até porque “quem sai prejudicado são os utentes”.

Ainda assim, não se mostrou preocupado com o início da greve, na próxima semana, porque já vai “estar de férias”.

Nas gasolineiras à entrada de Palmela, no distrito de Setúbal, dois postos ainda se encontravam com todos os combustíveis, no entanto, as longas filas estendiam-se até à estrada e os utentes receavam que entretanto esgotassem.

A situação mais problemática verificou-se no posto de Aires, onde os carros chegavam até à Rua Antoine Velge, causando algum trânsito no sentido Palmela-Setúbal.

Na Volta da Pedra a situação era mais calma, mas o cliente Paulo da Costa criticou a atitude dos cidadãos que entram em “desespero”.

“Está a haver uma histeria sem necessidade. Estão a entupir e a acabar com a gasolina para quem precisa. Já na última greve houve muitas pessoas a encherem o depósito e a acabarem por não gastar na semana inteira”, mencionou.

Na visão do utente, os motoristas “têm alguma razão, apesar de causar transtorno à população”, defendendo que “o Governo já devia” ter tomado medidas para “solucionar”.

A greve convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), que começa em 12 de agosto, por tempo indeterminado, ameaça o abastecimento de combustíveis e de outras mercadorias.

Na quarta-feira, o Governo decretou serviços mínimos entre 50% e 100% para esta paralisação.

Os representantes dos motoristas pretendem um acordo para aumentos graduais no salário-base até 2022: 700 euros em janeiro de 2020, 800 euros em janeiro de 2021 e 900 euros em janeiro de 2022, o que, com os prémios suplementares que estão indexados ao salário-base, daria 1.400 euros em janeiro de 2020, 1.550 euros em janeiro de 2021 e 1.715 euros em janeiro de 2022.


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