País

Motoristas de matérias perigosas vão entrar em greve por tempo indeterminado

O Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas anunciou a realização de uma greve geral de motoristas com início às 00h00 do dia 15 de Abril, e por tempo indeterminado, segundo informação da ANTRAM – Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias.

A greve teve início às 00h00 de hoje e estão a decorrer concentrações em Aveiras, no Barreiro, em Sines e Matosinhos junto à Petrogal, como explicaram à Lusa o presidente do SNMMP o vice-presidente e consultor jurídico, Pedro Pardal Henriques.

Entretanto os ministérios do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e do Ambiente e da Transição Energética emitiram um Despacho Conjunto o qual determina que, durante o período em que a greve vigorar a referida associação sindical e os trabalhadores com a categoria de motoristas, que adiram à greve, devem prestar as horas de trabalho necessárias à realização dos serviços mínimos identificados no referido despacho.

Questionado sobre se os serviços mínimos vão ser cumpridos, Pedro Pardal Henriques respondeu que «foram impugnados juridicamente», garantindo que «que a intenção é cumprir apenas a proposta do SNMMP de abastecer os hospitais».

Também a GNR deu já a conhecer que irá estar atenta ao desenrolar dos protestos e que, caso alguma intervenção venha a ser necessária, desencadeará os respetivos meios para repor a segurança.

Apesar de anunciar a greve, a ANTRAM já fez saber na sua página que «se demarca das pretensões apresentadas pelo SNMMP» porque «não reconhece qualquer legitimidade às reivindicações pretendidas» considerando que foi «responsável pela revisão do Contrato Coletivo de Trabalho em vigor no setor, desbloqueando uma situação que estava num verdadeiro impasse» e que na altura reuniu com todos os representantes dos trabalhadores, incluindo o SNMMP, que terá concordado com o documento.

Ao Diário do Distrito uma fonte do sector referiu que «os motoristas de matérias perigosas fazem o transporte do combustível que usamos nos nossos meios de transporte para nos deslocarmos e do gás que usamos para preparar as nossas refeições ou para nos aquecermos.

Se eles pararem deixamos de ter combustível para pôr nos nossos automóveis particulares, táxis, autocarros, motas e, até, nos aviões».

Acerca das razões da greve, a mesma fonte indica que «estes trabalhadores muitas vezes trabalham 14 ou 15 horas por dia. Andam cansados, exaustos, correndo o risco de sofrer algum acidente. E, isto, não só é um perigo para eles próprios como também para todas as pessoas que se cruzam com estes camiões todos os dias.

Os motoristas não pedem nada demais. Apenas pedem que o seu trabalho seja reconhecido e remunerado justamente e tempo para descansarem e irem a casa.»

Refere ainda que «os patrões aproveitam o facto de os empregados precisarem do trabalho para explora-los ao máximo e terem cada vez maiores lucros e ficarem cada dia mais ricos» e que «perante o aviso de greve, alguns motoristas já foram ameaçados pela sua entidade patronal que se participarem na greve irão sofrer retaliações.»


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