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Morreu Aura, a fêmea de lince ibérico que teve mais de 900 descendentes

Aura, a fêmea de lince ibérico que vivia no centro de reprodução de El Acebuche de Doñana, em Espanha, morreu aos 20 anos e seis meses de idade. O animal, encontrado em 2002 gerou um enorme contributo para a continuidade da espécie.

A fêmea foi eutanasiada pelos tratadores de forma a evitar o seu sofrimento físico e o seu corpo foi transferido para o Centro de Análise e Diagnóstico da Fauna Selvagem em Málaga, de acordo com o El País.

A espécie dos linces ibéricos muito deve a Aura, que quando foi capturada em 2002, havia apenas 100 animais da espécie em toda a península ibérica e hoje o número é de 1.365, segundo os últimos censos.

O animal teve a sua primeira ninhada, de três crias, quando Aura tinha cinco anos, com os nomes de Domo, Duna e Drago. Ao longo da sua vida gerou 14 crias, das quais seis foram libertadas estrategicamente em territórios selvagens de forma a possibilitar a continuidade da espécie. Estima-se que a descendência deixada pela Aura passe os 900 nascimentos de linces ibéricos. Em 2018, quando deixou de parir, Aura tornou-se a embaixadora da espécie, passando a estar apenas em exibição.

“Era um animal magnífico, com um caráter peculiar e mal-humorado, fazia o que queria quando queria. Era muito fácil trabalhar com ela. Foi retirado do campo com cerca de três semanas e menos de um quilo de peso. Em 2018, quando deixou de se reproduzir, foi colocado em um recinto de exposição e se tornou o embaixador da espécie para que visitantes e alunos pudessem ver seu comportamento”, indica Antonio Rivas, coordenador do El Acabuche ao El País.

No passado, em 2002, quando Aura foi encontrada, a espécie apresentava-se em risco crítico de extinção, e hoje, graças ao seu contributo e aos esforços feitos por Portugal e Espanha no sentido de preservar a espécie, passou à categoria de vulnerável.


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