O novo Centro de Saúde de Corroios, localizado em Santa Marta do Pinhal, foi Inaugurado em junho de 2021, e integra a Unidade de Saúde Familiar de Santa Marta e a Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados de Corroios, recebendo 43 mil utentes da freguesia de Corroios.
Apesar da melhoria nas condições para equipas médicas e utentes, tendo em conta que o anterior equipamento funcionava num prédio de habitação, surge agora uma nova preocupação com a possibilidade de alguns dos médicos ali colocados serem deslocados para o Centro de Saúde de Amora.
Perante esta situação alguns moradores organizaram um protesto na manhã desta segunda-feira frente à USF de Santa Marta do Pinhal, mas que apesar da tentativa de mobilização feita com a distribuição de folhetos, foram muito poucos os que participaram.
Ao Diário do Distrito, a utente Maria Helena explicou que “voltei para Portugal em 2019, e estive na USF Moinho de Maré, em Corroios, mas depois o meu médico de família saiu de lá e fui enviada para o Centro de Saúde de Corroios e agora para esta USF.
Sou diabética, preciso de fazer exames e não consigo atendimento. E se saírem daqui mais médicos, como vamos ficar?”.
Sem querer divulgar a identidade publicamente, outra utente explica que “se tirarem daqui mais médicos de família, a freguesia de Corroios vai passar a ter quase trinta mil utentes sem médico de família, se deslocarem mais médicos para outros postos de atendimento».
O protesto que foi divulgado nas redes sociais indica que «na freguesia de Corroios existem cerca de 29 mil utentes sem médico de família. Assim a população da freguesia de Corroios lutou durante décadas, pela construção de um Centro de Saúde, que colmatasse as lacunas existentes nesta área.
Foi finalmente construído e inaugurado com pompa e circunstância, mas apenas isso, já que em termos de cuidados de saúde, tudo piorou e muito.»
Feitas as contas pelos utentes, «no antigo Centro de Saúde estavam ao serviço 13 Médicos da Família (ainda assim insuficientes), uma vez que abrangiam cerca de 22.000 utentes, encontrando-se quase outros tantos sem direito a Medico de Família.
Se a medida que aponta para que a USF de Santa Marta do Pinhal ficar a funcionar apenas com 7 médicos, que vão continuar a trabalhar apenas e só com as suas listas de utentes ou seja 14.000 (catorze mil) e o projecto Via Verde para “os sem médico”; e tendo em conta que na freguesia habitam cerca de 43.000 (quarenta e três mil), retirando o número atrás referido sobram 29.000 (vinte e nove mil) pessoas. As perguntas que se impõem são: Para onde vão estes habitantes?»
A sobrelotação de utentes nestes equipamentos, uma vez que a ‘Via Verde Saúde’ recebe todos os utentes sem Médico de Família do concelho do Seixal, “tem causado situações de desacatos, e obrigado a que as autoridades sejam chamadas ao local”, explica a mesma utente.
“Há ameaças e agressões verbais aos funcionários e seguranças, porque são quem dá a cara. E os médicos não conseguem fazer o seguimento como deve ser aos utentes, porque não têm os seus processos e não os conhecem senão fugazmente”.
O Diário do Distrito colocou estas questões ao Gabinete de Imprensa do Aces Almada-Seixal que remeteu as respostas para o Gabinete de Comunicação da Ministra da Saúde.
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