Opinião

Montijo urbano… que acessibilidades?

Uma crónica da inteira responsabilidade do seu interveniente

A cidade de Montijo, oferecendo uma Morfologia Urbana ideal pela sua especificidade territorial, privilegia pela predominância de vias planas, a utilização da bicicleta, o que se aproveitou com recurso às “ciclovias”.

Sabemos que cada cidade tem uma Morfologia própria e é difícil ou mesmo impossível encontrar homogeneidade entre duas cidades. Também na questão do trânsito não pode haver comparações possíveis entre cidades.

Mas pode haver uma aproximação, se considerar-se os meios e modos das acessibilidades a aplicar ao assumirmos algumas redes de itinerários comuns. Desde o centro denso e compacto, em parceria com algumas ruas adjacentes, com tentativas de “exclusividade pedonal”, até aos bairros no eixo da periferia, deparam-se itinerários tão variados e antagónicos como variadas são as serventias de cada um deles, mas sempre unidos, em termos de acessibilidades, entre si.

Montijo caracteriza-se fundamentalmente pela variedade de formas de utilização das suas vias: onde predominam os fluxos de veículos e peões, motivado pelos sectores Secundários, de pequena e média dimensão e pelo sector Terciário que se tem desenvolvido timidamente em Montijo, apesar de condicionado pelo grande polo Terciário que é Lisboa.

Os diferentes destinos de itinerários que se desenvolvem a partir da Área do Núcleo Histórico, faz com que as Subáreas não estejam distantes, pela sua interligação fácil, dispondo condições singulares de acessibilidade, nomeadamente e até para as deslocações a pé.

Na Área principal, sendo a do Núcleo Histórico, localizado no centro da cidade, apresenta-se bem definido em termos de acessibilidades, sendo onde existe a maior concentração do Comércio e Serviços, convertida numa Área intermédia de tráfego rodoviário e, onde o fluxo de peões tem maior expressão. Convém lembrar, que esta Área principal flutua: ora avança, ora recua.

Os transportes são geralmente os responsáveis pela sua localização no espaço urbano da cidade. À medida que Montijo cresce, a sua Área principal vai ficando cada vez mais descentralizada em relação ao conjunto urbano. Logo se Montijo cresce esta Área expande-se, se não se desenvolve, a Área retrai-se. O centro, tido como o Núcleo Histórico, modifica-se, mas não desaparece.

O elevado grau de centralidade de nível urbano desta Área está em relação com os movimentos pendulares, logo exigindo condições de acessibilidades que dependem de infraestruturas de transporte. No Montijo o Núcleo Histórico desenvolve-se, agora não só na Praça da República, mas e também nas vias adjacentes. Nos últimos anos, contrariamente ao que seria de esperar, em termos de “timing” em situações normais de irradiação de uma rede de itinerários, esta Área central transformava-se numa zona terminal, onde predominava o “conflito” pela concentração excessiva de pessoas e veículos, perdendo, portanto, a importância vital, dai, pois que o Cais dos Vapores para o Seixalinho fosse absolutamente normal e necessário.

Tudo isto deve ser equacionado, já que um dos mais críticos problemas do Núcleo Histórico continua a ser o desequilibrado acesso ao trânsito, mas em termos de planeamento, há que reservar o maior espaço possível aos peões. Não se pode, no entanto, considerar que a Praça da República esteja a morrer ou a decair, mas sim, a modificar-se, segundo o crescimento da cidade e o espaço disponível na sua cintura.

As alterações são necessárias nas mais diversas variantes, mas cumprindo-se as básicas normas regulamentares para a segurança de peões e veículos, elegendo-se o desenvolvimento sócio-económico da cidade, criando-se mais e melhores acessibilidades, potenciando as já existentes e conseguir-se uma maior mobilidade para as pessoas, melhorando a sua qualidade de vida.


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