Opinião

Montijo rodoviário … presente com futuro !

Uma crónica de Virgílio Oliveira

Montijo, pela sua especificidade territorial, privilegia o transporte automóvel – privado – , pela predominância de vias rectas e planas . Este é pois o tipo de Morfologia Urbana ideal para a utilização da bicicleta o que tem vindo sem dúvida a ser aproveitado pela edilidade local, com recurso às ciclovias, levando aqui ainda em consideração a falta de mobilidade da rede de transportes urbanos públicos . Todos sabemos que cada cidade tem uma morfologia própria e é difícil ou mesmo impossível encontrar homogeneidade entre duas cidades . Assim , também na questão do trânsito não pode haver comparações possíveis entre cidades . Mas e isso convém aqui referenciar, pode haver uma aproximação, se considerar-se os meios e modos de sinalização a aplicar ao assumir-mos algumas redes de itinerários comuns.

Desde o centro histórico compacto, passando por algumas ruas estreitas, até aos bairros no eixo da periferia ( Saldanha, Borralhal, Esteval, Areais, Colinas do Oriente, entre outros ) deparam-se itinerários tão variados e antagónicos como variadas são as serventias de cada um deles, mas sempre unidos, em termos de acessibilidades, entre si.

Montijo caracteriza-se fundamentalmente pela variedade de formas de utilização  das suas vias : onde predominam os fluxos de veículos e peões, motivado pelos sectores Secundários, de pequena e média dimensão e pelo sector Terciário que se tem vindo a desenvolver em Montijo, apesar de condicionado pelo grande polo Terciário que é Lisboa .

Os diferentes destinos de itinerários que se desenvolvem a partir da origem, faz com que as áreas sejam algo extensas, pela sua interligação fácil, havendo assim uma tendência para as dividir em Sub-áreas.

A Sub-área melhor conhecida é o “Central Business District” – CBD -, muitas vezes conhecido com o nome de baixa ou centro citadino. Convém sobre esta situação lembrar , que os limites CBD  flutuam : ora avançam ora recuam .Os transportes são geralmente os responsáveis pela sua localização no espaço urbano interno da cidade. À medida que Montijo cresce o CBD vai ficando cada vez mais descentralizado em relação ao conjunto urbano. Se Montijo cresce, o CBD expande-se, se não se desenvolve, o CBD retrai-se. O centro modifica-se mas não desaparece . Descansem pois os mais cépticos que esta é uma sequência normal das sociedades e das cidades e a Praça da República , vai sempre continuar  a ser o CBD .

Como referi anteriormente, o elevado grau de centralidade do CBD está em relação com os sistemas de transporte . No Montijo o CBD desenvolve-se não só na Praça da República mas estende-se já ás vias circundantes . Nos últimos anos, o CBD de Montijo, contrariamente ao que seria de esperar, em termos de “timing” em situações normais de irradiação de uma rede de itinerários, vinha a transformar-se numa zona terminal, onde predominava o “conflito” pela concentração excessiva de pessoas e veículos, perdendo portanto a importância vital, dai pois que a reconversão da própria Praça da República e da mudança do Cais dos Vapores para o Seixalinho fossem absolutamente normais e necessárias !

Também um dos problemas que havia nas últimas décadas, em Montijo,  era a circulação de veículos em todas as vias , por todos os sentidos e de todas as formas possíveis. Isso, veio inevitavelmente, com o aumento do parque automóvel a causar bastante embaraço para a circulação automóvel e veio também a aumentar os índices de poluição. Entre as soluções encontradas apontaram-se as da circulação de Trânsito de Sentido Único Organizado , com acessibilidades interligadas, e que contornem o CBD com parques para estacionamentos na periferia, do CBD, reservando-se aqui , o Centro Histórico à circulação de peões .

Tudo isto deve continuar a ser considerado, já que um dos mais críticos problemas do CBD continua a ser o acesso ao trânsito, quando em termos de planeamento, há que reservar todo o CBD aos peões . Não se pode assim considerar que o CBD esteja ou possa morrer ou decair, apesar de tudo, mas e isso sim, a modificar-se, de acordo com o crescimento da cidade e espaço disponível .

Por tudo isto , possivelmente uma das alternativas ainda viáveis para o transporte urbano da cidade de Montijo, poderá passar por um Sistema Integrado de Transportes – SIT –  que poderá trazer a vantagem de se poder racionalizar do uso do solo.

E é assim , por todo este conjunto de situações entre outras aqui não abordadas, que assenta qualquer estrutura rodoviária de uma cidade e onde obviamente Montijo não foge à regra. As alterações são necessárias mas e sempre no pressuposto de que tudo deverá ser feito cumprindo-se as mais elementares normas regulamentares para a segurança de peões e veículos e para o desenvolvimento sócio-económico da cidade ao criarem-se mais e melhores acessibilidades, a potenciar as já existentes e conseguir-se uma maior mobilidade para as pessoas , melhorando a sua qualidade de vida .


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