Cantinho da BicharadaMontijoReportagem

Montijo recebeu primeiro protesto anti-tourada

A corrida de touros que decorreu na Praça Amadeu Augusto dos Santos, de homenagem aos emigrantes, teve esta noite um aspecto inédito.

Pela primeira vez na cidade com um histórico passado taurino, decorreu um protesto silencioso contra as touradas.

De um lado da Via Circular do Montijo, iam chegando os aficionados que pretendiam assistir à tourada que reunia os cavaleiros Luís Rouxinol, Pablo Hermoso de Mendoza e Gilberto Filipe.

Do outro, um grupo de cerca de trinta pessoas exibia, em silêncio, cartazes contra a violência das touradas.

Pelo meio, alguns (poucos) insultos lançados contra os manifestantes, muitas buzinadelas e alguns gestos de mão, e também muitos espectadores que iam olhando com algum espanto para as mensagens exibidas num local onde, até agora, o espetáculo tauromáquico nunca havia sido questionado.

A presença musculada da PSP no local terá também servido como ‘travão’ para algumas paixões mais acerbadas.

Ao Diário do Distrito, Miguel Dias, em representação do PAN Montijo e um dos coordenadores do protesto, explicou que “o nosso objectivo é sensibilizar as pessoas que a tourada não é algo conivente com o século em que vivemos. As pessoas têm de se consciencializar que a tortura animal não é cultura, podem chamar-lhe até aquilo que quiserem, desporto ou entretenimento violentos, agora não lhe chamem é cultura.”

Além deste objectivo, Miguel Dias frisou ainda que “é preciso parar, de uma vez por todas, com os apoios públicos à tourada e a todas as manifestações tauromáquicas.

Essa é uma das propostas no programa do PAN Montijo nestas autárquicas, porque não podemos continuar a ver verbas camarárias aplicadas nas touradas.

Nesta tourada em concreto, a autarquia do Montijo gastou mais de oito mil euros na compra de bilhetes para oferecer, portanto a patrocinar indirectamente esta actividade, quando temos muitos outros aspectos onde essa verba podia ser aplicada.”

Sobre a relativa pouca adesão ao protesto, Miguel Dias considerou “um bom resultado para algo que está a ser feito aqui pela primeira vez, e esperamos que sirva de exemplo para outros protestos, e sobretudo, que leve as pessoas a perder o receio de virem expressar a sua posição anti-touradas num concelho onde estas estão muito enraizadas”.


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