Opinião

Montijo e os sistemas; rodoviário e de circulação!

Uma opinião da inteira responsabilidade de Virgílio Oliveira

Vamos conhecer primeiramente quais os elementos do sistema rodoviário, que são os seguintes; o Homem, o Veículo, a Via e o Meio Ambiente.
São elementos com poucas variáveis, exceptuando-se aqui o Meio Ambiente, ou as condições ambientais que podem interferir no comportamento de qualquer condutor. Ex.: Visibilidade (Dia, Noite, Nevoeiro, Chuva); aderência (Piso seco, molhado, neve, gelo); estabilidade (Ventos fortes).
São assim estes os conhecidos elementos do sistema rodoviário, que determinam o sistema de circulação que passa obrigatoriamente pela segurança, pela comodidade, pela economia, pela fluidez e pela proteção ambiental.

Neste contexto, e atendendo a que circular no Montijo, onde o fluxo de veículos é já razoavelmente intenso em determinadas vias e horas, não é, cada vez mais, uma tarefa muito fácil. Veja-se o que acontece, por exemplo, nas Rotundas (intersecções giratórias) : Portas da Cidade (sem o desvio da A12), Praça das Tertúlias (sem uma via segregada) e EN4/BP (sem a Variante da Atalaia), em períodos característicos, quando afinal era suposto estas rotundasfuncionarem não só como elemento dissuasor,de excessos de velocidade, mas e também elemento facilitador para a distribuição do trânsito nestes espaços de muito movimento, definindo claramente as prioridades.

Na cidade de Montijo, como em todo o lado, deparamos com condutores que sabem conduzir, mas isso só não chega, porque, porém, e por vezes, não tomam certos cuidados, tais como: respeitar o limite de velocidade das vias, e algumas já com um “bónus” de 20% (60 km/h), ou mesmo fazendo manobras invariáveis, além dos excessos de velocidade e da condução só com uma mão no volante, onde há ainda também a condução com uso do telemóvel.

Exemplo negativo pode ser retirado da condução, muitas das vezes praticada, na Avenida Garcia de Orta, mas não só, isto para não falarmos já nos índices de infrações por estacionamentos indevidos que rondam mais de 40%, de todo o estacionamento da cidade, o que não deixa de ser já bastante alarmante… e até quando?

Outro factor que deve ser levado em conta são as distâncias entre um veículo e outro. Nos períodos de chuvas, é comum acontecerem mais acidentes na cidade, principalmente embates traseiros. Por mais que todo ano os jornais publiquem, números significativos da sinistralidade rodoviária, nas cidades, diversos condutores ainda não aprenderam sobre os cuidados necessários para conduzir nas vias molhadas e/ou com visibilidade insuficiente.

O piso da Rua José Joaquim Marques, por exemplo, é um potencial para acidentes em tempo de chuva, pelo aquaplaning que ali pode ocorrer e mesmo pelo tipo de piso.

Também em Montijo um dos maiores flagelos, são não só os estacionamentos desordenados e irregulares, que se constata por toda a cidade, mas e também a questão das prioridades nas intersecções, muitas das vezes num claro desrespeito pela sinalização implantada, não paragem ao sinal de ‘STOP’ (contraordenação muito GRAVE), outras vezes pela reduzida visibilidade, que pode ser atribuída a diversos factores tais como estacionamentos irregulares ou até a mobiliário urbano.

Tomemos como exemplo o eixo de intersecção na Praça 1.º de Maio, na saída para a Rua Gago Coutinho, entre a confluência do trânsito quer proveniente da Avenida João de Deus, quer proveniente da Rua Machado Santos. Os estacionamentos ali existentes potenciam o acidente, e não poucas vezes, na hora da tomada de posições para definir as prioridades quando afinal até a Linha de Paragem ali existente nem sequer é vista… parece tudo muito simples, mas não é bem assim!

Temos ainda o claro exemplo disto, no cruzamento da Avenida D. Afonso Henriques com a Avenida Luís de Camões, em que os confrontos são quase que inevitáveis, aqui a precisar de uma reestruturação, obrigando a grandes exercícios na condução, assim bem como na intersecção da EM 501 e a Avenida Fialho Gouveia (a reclamar uma Rotunda), pois os ilhéus aqui existentes já são quase mais que desadequados, assim o mesmo também acontece na intersecção da EM 501 com a Estrada do Seixalinho.

É certo que as vias de Montijo parecem ser bem mais tranquilas, para quem conhece a cidade do que para quem a visita ocasionalmente. Mas o conhecimento das acessibilidades também é factor, por vezes determinante para uma condução tão segura como depressa perigosa. O excesso de confiança é tremendamente perigoso na condução automóvel.

Conduzir em velocidades excessivas, como se vê em muitas das vias, só porque a faixa de rodagem está livre, e temos algumas retas ainda longas, é um erro gravíssimo. Nas vias da cidade, é preciso uma preocupação, mas não apenas só para com os outros veículos. Muitas vezes, há animais que atravessam a via e uma colisão pode ser fatal. Há também a circulação dos peões em bermas ou mesmo nas passadeiras que em reflexos imprevisíveis podem potenciar o acidente. Nas Circulares e não só, os excessos de velocidade são bem visíveis.

Chegaram as trotinetes, todos e mais alguns reclamaram, mas as mesmas depois das devidas adaptações, porque agora é ainda quase um “brinquedo”, lá vão a contribuir para uma maior mobilidade urbana e fazer baixar os índices de poluição. São complicadas? Sim, podem ser, não as trotinetes, mas sim quem as usa e as abandonam de uma forma completamente anárquica! A experiência estimada para um ano dirá, ou não, se continuam por cá… digo eu! Não vale a pena dramatizar, porque cumpridas algumas das regras, as coisas irão certamente melhorar.

Entretanto, e na cidade de Montijo, principalmente nas vias essencialmente urbanas, é comum verem-se acidentes acontecerem em intersecções. Elas são muito perigosas, pelos mais variados motivos, onde se destaca os estacionamentos precisamente sobre as mesmas, retirando o ângulo de visão aos condutores nesses espaços, obrigando assim a uma invasão de via, em diagonais abertas, numa circulação intempestiva que anula completamente o efeito de segurança, tão necessário nessas ocasiões e locais. Por isso, no momento em que o condutor se depara com uma intersecção, deve abrandar, mesmo que em prioridade, ou parar até. Vejam-se os acidentes já ocorridos, por exemplo, no cruzamento da Rua Dom Augusto Pereira Coutinho com a Rua Bulhão Pato e ainda no cruzamento da Rua dos Combatentes da Grande Guerra com a Rua João Pedro Iça (cruzamentos fechados) ou mesmo no cruzamento da Rua Gaspar Nunes com a Rua dos Combatentes da Grande Guerra (cruzamento aberto).

A distância é também uma precaução contra acidentes. É até óbvio falar isso, mas vale a pena salientar que existem ainda condutores que se “colam” na traseira de outro veículo, deixando o condutor que o procede em uma situação bastante desconfortável. Isso vê-se muito nas nossas circulares externas, e não só, um pouco por toda a cidade.

É comum ainda ver-se muitas das vezes, principalmente nas circulares, uma constante mudança de via para ultrapassar e retomar a posição, sem qualquer modo de segurança, pelas velocidades praticadas na ocasião.

Havendo na cidade de Montijo e periferia, alguns grupos consideráveis de semáforos, é razão para muitas das vezes promover ao “convite” a uma aceleração sem regras, havendo aqui um claro alheamento da segurança, pelo facto de muitos condutores ignorarem que a luz amarela do semáforo não é sinónimo de aceleração, mas sim de paragem cautelosa.

Também e por vezes bastante incomodativo é buzinar sem nexo. É mesmo aconselhável usar a buzina, mas como sinal de alerta e não como insulto.
Pratique sempre uma condução defensiva, por mais que isso o incomode.
Reveja os tempos de trajecto necessários para chegar ao seu destino em segurança e atempadamente, tendo em conta as condições climatéricas no momento e os fluxos das vias, que vai percorrer.


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