Opinião

Montijo e os novos problemas nas rotundas

Uma opinião de Virgilio Oliveira

Quando se procuram soluções para o tráfego rodoviário , nomeadamente por causas que colocam em risco a segurança , fundamentalmente em cruzamentos problemáticos, com fluxos de trânsito consideráveis e pouca fluidez, as mudanças passam, na sua esmagadora maioria das vezes, pela implantação de Rotundas . Se por um lado num Cruzamento típico ( 4 vias ) temos um índice de 32 pontos de acidente , já numa Rotunda tipo ( 4 vias ) esse índice desce rapidamente para 8 pontos, o que não deixa de ser bastante significativo . Poderá parecer que com estas mudanças tudo ficaria resolvido, mas não é bem assim . No entanto com as Rotundas , e a nova legislação , surgiu um pouco por toda a parte um novo problema , chamado de “Viragem à Direita”.

Tudo isto acontece , um pouco por todo o lado , porque as reestruturações existentes na construção das infraestruturas viárias de circulação giratória, vulgo Rotundas, não estão a dar relevância aos fluxos de trânsito , fundamentalmente nas saídas imediatas ( Viragem à Direita ).

Na construção das Rotundas dotadas com duas vias de circulação interna, não tem sido contemplada a baixa fluidez no tráfego automóvel nas designadas saídas imediatas, o que faz com que os fluxos de tráfego se acentuem  , nomeadamente em espera , na via da esquerda, potenciando aqui o desordenamento pela “ xico espertice “ e a demora na circulação viária .

Temos então que nestes casos , a maior capacidade de distribuição de trânsito só pode ser alcançada, igualmente, com a integração de Vias Segregadas com Viragem à Direita. Esta medida permitirá que o trânsito , não tenha de entrar na Rotunda aquando da circulação pela saída imediatamente à direita, permitindo no entanto, nas imediações desta via , partilhada , parcialmente, o tráfego para outras saídas.

Assim , disponibilizar uma Via Segregada de Viragem à Direita constitui, sem qualquer sombra de dúvida,  uma forma de melhorar o nível de serviço desse movimento direccional e do desempenho global da Rotunda, na medida em que diminui ao volume de tráfego da entrada , aquele que canaliza directamente para a saída consecutiva.

Apesar dos seus reconhecidos benefícios, segurança e fluidez, a não construção de Rotundas com Vias Segregadas de Viragem à Direita, ficará a dever-se ao acréscimo considerável do custo de investimento inicial, mas não só,  na sua construção , entre outros factores , temos como por exemplo a falta de áreas livres ou até a ausência de estudos que equacionem  os volumes de tráfego de Viragem à Direita.

Convém dizer que o dimensionamento de uma Via Segregada pode mesmo ser variável , mas sempre maximizada o mais possível, e pode ser delimitada por forma física ( ilhéu ou lancil ) ou de forma virtual ( raias )  e também não necessariamente implantada em todas as entradas da Rotunda , mas sim naquelas entradas em que o volume de trânsito , na Viragem à Direita, assim o exija.

No entanto os problemas relacionados com a inserção do movimento de Viragem à Direita, na circulação prioritária, deve-se fundamentalmente à velocidade entretanto adquirida, pelo que o local de intersecção se deve localizar o mais perto possível da delimitação da saída . A continuidade da Via Segregada ao longo da saída é contudo  recomendável, sempre que a saída disponha de mais de uma via.

Note-se entretanto que a Via Segregada , seja ela curta ou longa, não pode permitir que os veículos entrem na Rotunda , o que requer algumas alterações na via onde será aplicada , como sendo a implantação de ilhéu ou lancil ( delimitação física ) e/ou raia ( delimitação virtual ) e o consequente sinal de aviso , por ser uma via exclusiva .

Assim e com a implantação de Vias Segregadas , o novo problema das Rotundas , ficará resolvido, seguramente,  em cerca de 70% , o que só por si garantirá ser considerada como uma infraestrutura viária de extrema importância..!


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