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Memórias da escola no concelho de Sesimbra

O ensino tem mudado muito ao longo das décadas. Os livros começam a ser colocados de lado e a pandemia trouxe a normalização do ensino a distância. Atualmente se quiser que o seu filho coma no refeitório da escola deve comprar as senhas através de um dos portais dos agrupamentos do concelho. As paredes podem ser as mesmas, mas o que acontece lá dentro não é o mesmo.

As memórias que temos da escola vão mudando consoante as nossas vivências. Se antes pedia-se para entrar, agora os alunos fazem fila para poderem ir do recreio para o interior do edifício. Há vinte anos, na Escola Primária da Cotovia, o recreio era cheio de areia e algumas das salas não tinham portas, mas sim biombos. «Quando íamos para o recreio, era tudo de areia e quando chegava a casa e tirava os ténis no meio da sala, enchia tudo de areia. Parecia que estava na praia», disse Ana sobre como eram os momentos de liberdade que passava a correr de um lado para o outro e esperava pelo toque da campainha.

«Antes, quando vinha trazer os filhos dos meus patrões há escola estas ruas eram um descampado. Hoje só se vê prédios», lembrou Maria, antiga ama que vive na Cotovia há mais de 35 anos. A escola da Cotovia é uma das mais antigas do concelho. Ali bem perto, onde agora fica a incubadora de empresas de Santana, várias gerações de habitantes do Castelo aprenderam a ler e a escrever.

Os últimos alunos que a frequentaram tiveram aulas em contentores ou em espaços exteriores devido a antiguidade do edifício que durante as eleições servia como mesa de voto. «Quando andei aqui a escola era totalmente diferente. Estávamos no Estado Novo e eu era um aluno travesso. Passava a vida a estragar os tinteiros da professora», conta Fausto sobre as suas memórias de estudante.

A falta de condições tanto nesta escola como da Maçã (que atualmente como sede de uma escola de samba) levaram a criação de uma escola primária mesmo ao lado da escola básica de Sampaio. «Foi engraçado ir estrear uma escola. A minha antiga, da Maçã, era mais pequena. Aquela tinha corredores largos e pátios onde podíamos brincar a vontade», recorda Luís, um dos primeiros alunos deste espaço sobre as memórias que tem da escola.

As escolas de Sampaio “nasceram” em lugares que eram quintas e ainda guardam algumas recordações da sua vertente agrícola, como é o caso dos poços. Francisco é um dos habitantes locais que participou nas construções. «Ajudei a construir a escola. Na altura já estava o refeitório e nós comíamos aí».

Estas e outras memórias da Nossa Escola são recriadas numa recriação que, no Lugar da Terra (no Zambujal), apresenta retrata uma sala de aula no tempo do Estado Novo – anos 30/70 do século XX. Os documentos e objetos expostos nesta sala têm um cariz histórico e são património da comunidade. O objetivo desta sala é apresentar como eram as salas de aula antigamente às gerações que nasceram após o 25 de abril.


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