Editorial

Memória curta ou assobiamos todos para o lado!

Muito se tem falado sobre a construção do novo aeroporto complementar do Montijo, já se fala há mais de 50 anos na construção de um aeroporto na margem sul do Tejo, primeiro nos terrenos da herdade de Rio Frio, depois os projetos voaram para a margem norte do Tejo, zona do Oeste, mais propriamente na Ota.

Passados alguns anos, o aeroporto volta à margem sul do Tejo, na zona do CTA, onde até há quem afirme que foram investidos vários milhares de euros na construção de vários furos de captação de água que estão parados em terrenos que ninguém sabe de quem são.

Por fim e já em 2011 o aeroporto a construir como módulos no CTA, mais propriamente em terrenos no concelho de Benavente e poucos no Montijo, cai por terra. José Sócrates, o grande sonhador de PPP deixava o projeto na gaveta, como também o do TGV que acabou por deixar cair a Plataforma Logística de Poceirão e a construção de uma nova autoestrada que ligaria a A12 à Plataforma Logística.

Ainda me lembro na campanha do saudoso vereador do PS, António Fonseca Ferreira, e na qual o então presidente da Assembleia da República, Almeida Santos, que também já não está entre nós, gritava num palco montado no Largo S. João em Palmela, que o Poceirão seria um apeadeiro do TGV, infelizmente acabou também por cair esse sonho.

Passados alguns anos depois de 2011, volta à discussão a construção do novo aeroporto, mas desta vez um complementar, mas desta feita na Base Aérea do Montijo. Aqui voltam as tais memórias curtas, memórias essas que agora defendem a não construção do novo aeroporto no Montijo. Quando se começou a falar da hipótese de construção na margem sul do Tejo, até se dizia que “o aeroporto no Montijo será benéfico para o Barreiro”, na altura pela boca do presidente da Câmara Municipal Carlos Humberto (CDU), em declarações a um jornal local, onde perspetivava grandes mudanças e investimentos para a sua região.

Passados alguns anos a CDU do Barreiro mudou de opinião, para o eleitorado ficará sempre a questão: Porquê esta mudança de ideias? Mas outra questão se impõe, que é, qual o interesse do PCP em fazer um aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete (CTA), sim, porque aquilo de Alcochete só mesmo o nome.

Esta semana tivemos ainda a noticia de uma outra voz que se elevou contra a localização no Montijo, não fazendo parte do distrito de Setúbal, mas elevou-se, a do comandante dos Bombeiros de Samora Correia, Miguel Cardia, terá enviado uma carta composta de 50 páginas ao presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, onde diz que o estudo que esteve em período de consulta pública terá muitos pontos de insegurança escondidos. Porquê o comandante dos Bombeiros de Samora Correia e não o comandante de uma outra corporação da região?  Aqui voltam a surgir outras questões, que podem ficar por responder.

Com tanta recusa e pareceres negativos contra o aeroporto no Montijo, de uma coisa tenho a certeza, quem está a esfregar as mãos a esta hora é o autarca de Leiria, que sempre defendeu o aeroporto para a sua região, mais propriamente na Base Aérea de Monte Real, em declarações na altura da vinda do Papa ao nosso país, juntando um manifesto de empresários que apoiavam a construção dessa plataforma aeroportuária na região de Leiria.

É uma outra visão e realidade de apanhar oportunidades, aquelas que nós na margem sul do Tejo não queremos!


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