Medo da Covid-19 afasta doentes com sintomas de AVC das urgências

Hoje é assinalado o dia nacional do doente com AVC e a embaixadora da SPAVC – Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral, a neurologista Liliana Pereira, alerta para o facto de algumas pessoas perante os sintomas de AVC, terem esperado “mais tempo, com receio de vir ao hospital” pela Covid-19.

O repto é claro, perante a sintomatologia associada ao AVC contacte imediatamente o 112, “porque alguns hospitais têm unidades dedicadas ao atendimento de doentes com sintomas respiratórios. Se as pessoas ligarem o 112 e houver uma pré-notificação do hospital que vai receber o doente, conseguimos organizar um circuito que não passe pelos doentes respiratórios para continuar a avaliar e a tratar quem sofre um AVC”, reforça a técnica à imprensa. A Vida Verde do AVC encaminha os doentes para as unidades indicadas, não existindo qualquer motivo para as vítimas de AVC evitarem a procura de um hospital por receio de contaminação pelo coronavírus, podendo este impasse causar graves danos à saúde.

As estatísticas não são animadoras, já que a cada hora que passa três portugueses sofrem um AVC e há um que não sobrevive. Mas, por outro lado, não há nenhum indicador científico que mostre uma maior vulnerabilidade para a infeção por coronavírus em pessoas que tiveram AVC. Muito embora ,”de uma maneira geral as pessoas mais suscetíveis de terem um AVC são pessoas com fatores de risco vascular, como hipertensão, diabetes, tabagismo e alguns destes fatores cruzam-se com aqueles que levam a doença pulmonar e doença cardíaca. Se estas pessoas tiveram Covid-19 podem desenvolver uma forma de doença mais grave e precisar de mais cuidados”, conclui.