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Médicos contra a ‘app’ Covid-19

Ordem dos Médicos diz estar contra a aplicação da Covid-19

A Ordem dos Médicos está contra a obrigatoriedade da instalação da aplicação StayAway Covid por não existir evidência científica de que a sua utilização contribua para a diminuição da incidência de covid-19.

“A aplicação StayAway Covid só tem utilidade em complementaridade com outras medidas de controlo da pandemia e o seu interesse é escasso isoladamente. Não existe evidência científica robusta de que a sua utilização possa contribuir de forma significativa para diminuir a incidência da covid-19”, justifica em comunicado a Ordem dos Médicos.

E acrescenta que “a obrigatoriedade da sua instalação, utilização e respetiva fiscalização, coloca em causa questões éticas fundamentais subjacentes à vivência de um estado democrático, ao não preservar a confidencialidade e proteção de dados pessoais, e ao interferir com liberdades fundamentais e direitos individuais, que todos queremos proteger”.

O Governo entregou esta semana no parlamento uma proposta de lei para que seja obrigatório quer o uso de máscara na via pública quer a utilização da aplicação StayAway Covid em contexto laboral, escolar, académico, bem como nas Forças Armadas, Forças de Segurança e na administração pública, tendo a obrigatoriedade da ‘app’ gerado uma onda de críticas.

No comunicado enviado hoje, a Ordem dos Médicos explica ainda que “uma parte significativa da população portuguesa, talvez até a mais vulnerável, nem sequer tem os equipamentos móveis necessários para instalar a aplicação StayAway Covid.

“Nesta medida, a instalação e utilização da aplicação Stayaway Covid deve ser recomendada, mas em circunstância alguma ser obrigatória”, argumenta.

Esta tomada de posição, explica a nota, surge “sem prejuízo do reforço da importância da coesão nacional no combate ao inimigo comum, o vírus SARS-CoV-2” que o Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos para a covid-19 e o bastonário da Ordem dos Médicos entendem que deve haver “no âmbito do agravamento exponencial da situação epidemiológica da pandemia”.

No entender da Ordem, “o combate à infeção pelo SARS-CoV-2 tem várias dimensões que podem e devem ser aplicadas no terreno” e nesse sentido defende que “ouvir quem identifica cadeias de transmissão, diagnostica, segue e trata os doentes é absolutamente essencial para vencer esta pandemia”.

“Não é com medidas irrealistas, sem evidência científica sólida, criando falsas expectativas de segurança, que ajudamos a construir uma frente de combate eficaz. É verdade que estamos a combater um inimigo ainda pouco conhecido, lidamos com a incerteza. Mas não podemos perder o rumo”, realça.

Neste sentido, defendem que querem que “Portugal seja uma referência na área da saúde, covid e não covid, o que implica persistir no caminho da ciência e da ética”.

O anúncio desta iniciativa do executivo socialista foi feito após o Conselho de Ministros que decidiu elevar o nível de alerta para situação de calamidade em todo o território nacional devido à evolução preocupante da pandemia de covid-19, bem como a adoção de novas medidas para travar o aumento de casos.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais 39,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. 

Em Portugal, morreram 2.162 pessoas dos 98.055 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.


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comentário

  1. A Ordem dos Médicos está em clara campanha contra o governo para o forçar a incluir os serviços de medicina PRIVADA na luta contra a pandemia, a PAGAR, claro.
    Não é de estranhar esta posição uma vez que a diminuição dos actos médicos “normais” diminuiu drasticamente e as instituições privadas na área da saúde devem de estar a ver os seu resultados a entrar no vermelho e por isso precisam urgentemente de ir buscar “uma fatia” generosa ao estado. E nessa autentica guerra pela sobrevivencia, tudo serve. Agora até a app StayAwayCovid serve quando o governo está claramente em dificuldades (que pode agradecer a si próprio).
    “Não há evidencias…”? Então e o sucesso que tem sido a utilização de Apps deste genero em variadissimos países da Asia? Tanto ditaduras como democracias?
    “Não é com medidas irrealistas, sem evidência científica sólida, criando falsas expectativas de segurança…”, claro que não, só com a inclusão da medicina privada é que as medidas serão realistas e com evidência cientifica.
    Este posicionamente da Ordem dos Médicos é tão DESCARADO que até assusta.
    Meus senhores, limiten-se aos actos médicos e deixem-se de tentar assaltar o erário público.

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