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Marcha em solidariedade com protestos no Irão na Avenida da Liberdade

Cerca de duas centenas de pessoas desceram hoje a Avenida da Liberdade, em Lisboa, em solidariedade com os protestos no Irão, desencadeados pela morte de uma jovem agredida e detida pela “polícia da moral”.

unidos de várias tarjas e cartazes, cerca de duas centenas de pessoas, de várias idades, concentraram-se na Praça do Marquês de Pombal, deram as mãos e formaram um cordão humano, que só se desfez nos Restauradores.

“Women, Life, Freedom” (“Mulheres, Vida, Liberdade”, na tradução do inglês), “This is the Revolution” (“Isto é a Revolução”) foram alguma das palavras de ordem ecoadas pelos participantes, que se insurgem contra a falta de liberdade de expressão no Irão.

“É horrível. O governo está cada vez mais violento. Estudantes, crianças. Não há nenhuma justificação para isso. Temos todo o direito para dizer o que achamos. O Governo não tem razão para matar”, disse à agência Lusa Yasmin, uma das organizadoras desta ação.

A viver há nove anos em Portugal, esta iraniana, natural de Teerão, disse estar “bastante agradecida” pelos gestos de solidariedade prestados ao povo e às mulheres do Irão.

“Ajuda muito. Sempre estivemos sozinhos. É muito importante motivar e dar coragem às pessoas para fazer uma revolução”, apontou.

No mesmo sentido, a também iraniana Sanaz Zadegan sublinhou a importância deste tipo de ações para motivar os compatriotas que enfrentam o Governo do Irão.

“No Irão não há liberdade de imprensa e a internet foi cortada. É preciso passar a palavra. Nós estamos a mostrar aos nossos compatriotas, que estão a pôr a vida em risco e a morrer, que eles têm apoio fora do Irão”, sublinhou.

Há mais de um mês que decorrem no Irão protestos de grandes dimensões, desencadeados pela morte da jovem curda iraniana Mahsa Amini, de 22 anos, após ter sido violentamente agredida e detida pela “polícia da moral” em Teerão, por incumprimento do rígido código de vestuário imposto às mulheres pela República Islâmica, porque era visível parte do seu cabelo, apesar de envergar o obrigatório ‘hijab’ (véu islâmico), segundo organizações não-governamentais.

Transportada em coma do local onde se encontrava sob custódia policial para um hospital, viria a morrer três dias depois, em 16 de setembro.

A repressão dos protestos, os maiores no país desde 2019, contra o aumento do preço da gasolina, fez até agora pelo menos 122 mortos, entre os quais crianças, e várias centenas de detidos, de acordo com a Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo, na Noruega.


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