André Martins, eleito há um ano para presidente da Câmara de Setúbal, faz um balanço muito positivo deste mandato, “sempre a trabalhar na prestação do serviço público, profissional, técnico, e dentro das nossas possibilidades servir sempre as populações”. Para o edil setubalense “ser presidente de câmara é mais uma missão de servir as pessoas e ter as perspetivas de ultrapassar e administrar a nossa vida pessoal e empenho coletivo”.

O edil sadino recorda “deu-se um grande salto na classificação do património e na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, desde os setubalenses, azeitonenses e dos que escolheram esta terra para viver”.

O facto de não ter maioria absoluta é encarado como um desafio “lembro que nesta vida de eleito passei muitas vezes pela oposição, pois como vereador nem sempre tive a maioria absoluta” e exemplifica “o segundo mandato sem maioria foi na implementação do Polis, que vinha do mandato anterior e de outra força política, e foi muito difícil, mas conseguimos fazer o projeto com grande êxito”.

O Polis foi de autofinanciamento e Setúbal “não tinha hipóteses de o fazer. Muito foi feito à custa da Câmara e apesar dos tempos complicados conseguimos remar contra ventos e marés”. 

Apesar da oposição ser diferente, destaca, o relacionamento “tem sido adaptado e as coisas têm evoluído”, mas não deixa de reconhecer “se tivéssemos maioria absoluta as coisas estariam mais avançadas, mas é preciso mais persistência”, mas “temos levado a água ao nosso moinho pois continuamos a ter muitos investidores para Setúbal com centenas de milhões de euros e ainda existem outros, sem conhecimento público, que se irão traduzir em centenas de milhões de euros”. 

Sines e Grândola podem regressar à AMRS 

Para o presidente da Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS) “têm existido bons resultados e de uma maneira geral as pessoas reconhecem esse trabalho”. 

A AMRS fez 40 anos, tendo sido a primeira Associação de Municípios do país, que “se afirmou a nível nacional e internacional, por esse mundo fora”, explica André Martins e acrescenta “tem contribuído para criar e apresentar projetos em que os municípios isolados não teriam condições para atingir os seus objetivos”.   

“A Associação é proprietária da Marca Costa Azul e detentora de um vasto património como o Museu Distrital, a Quinta de S. Paulo, a Quinta Pedagógica”, lembra o presidente do Conselho Executivo, com pessoal que “envolve custos”, mas os Municípios “são livres e a AMRS será o que eles quiserem”. 

A redução das comparticipações por parte dos municípios será uma realidade a partir do próximo ano, com as verbas a descerem para menos 25 por cento.  

Para colmatar a saída dos municípios da Moita e do Barreiro, André Martins anuncia “estamos em contato com os municípios de Sines e Grândola para regressarem à Associação”. 

O regresso de uso público 

A população de Setúbal assistiu com espanto ao encerramento do Parque da Comenda, que sempre foi de uso público. O edil da Câmara de Setúbal lembra “quando cheguei à Câmara de Setúbal já a situação estava complicada” e destaca “nunca vi em parte nenhuma uma empresa fazer o que bem entende à revelia de qualquer entidade e num Parque Natural banhado pelo rio da responsabilidade de várias entidades”. 

André Martins acredita num desfecho da situação a favor do município pois “os processos e os autos, mais de uma dezena, estão quase com os prazos esgotados, e temos a nossa empresa de advogados a acompanhar a situação”. O autarca dá o mote “tudo faremos para que o Parque da Comenda volte a ter o uso público e acredito que a situação se resolva a breve prazo”. Também a APA, o Parque Natural da Arrábida e a APSS, “têm processos que terão o seguimento da lei e mantenho o compromisso de devolver o espaço público à população”, conclui. 

Nós e eles… 

André Martins desvaloriza o regresso de Dores Meira garantindo “a minha preocupação é acabar o meu mandato”. Em relação a vinda de outros candidatos daqui a três anos, garante “todos podem concorrer integrados e fora dos partidos”. 

Sobre a Inspeção das Finanças, onde está em causa a Comissão de Proteção de Dados, o edil sadino explica “não tínhamos na altura nomeado o Encarregado, mas neste momento já o fizemos, apesar da maioria dos municípios ainda não o ter”. E promete “vamos recorrer da multa de 170 mil euros”. 

A situação dos imigrantes ucranianos, explica “foi tratada da mesma forma que os outros imigrantes que vêm para Setúbal. Sempre temos recebido essa gente com o melhor que temos para dar a todas as comunidades que contribuem para o desenvolvimento e riqueza do nosso concelho”. 

Orçamento contempla apoios sociais 

No Orçamento para 2023 estão contemplados investimentos diversos e a comparticipação de candidaturas, adianta André Martins e “obriga à contração de um empréstimo no montante de seis milhões de euros”. 

Uma das obras a “realizar será a construção de uma Escola Básica e Pré Escolar no centro da cidade para criar melhores condições no ensino escolar”, frisa. Mas a vertente mais importante do próximo Orçamento “são as medidas sociais estimadas em mais de dois milhões de euros, com destaque para transportes comparticipados, onde o passe municipal será reduzido em 10 euros, apoios às refeições aos alunos, apoios às IPSS´s a nível de idosos, famílias monoparentais e famílias com crianças em idade escolar”, destaca. 

Sobre a escolha do novo secretário geral do PCP formula um desejo “espero que a esquerda continue a ter um papel determinante na nossa sociedade com um homem do 25 de Abril, porque a esquerda é o melhor futuro para Portugal”. 

Raio X

– André Martins 

– 69 anos 

– Presidente da Câmara há um ano 

– Vereador 

– Presidente da Assembleia Municipal 

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