Atualidade

Já tem o seu ramo de Quinta-feira de Espiga?

O Dia da Espiga ou Quinta-feira da Espiga é uma antiga celebração portuguesa que ocorre no dia da Quinta-feira da Ascensão, pelo que não tem data fixa no calendário, mas marcava também o início da Primavera.

Conforme o dito popular ‘da Páscoa à Ascensão, quarenta dias vão’, e por isso é feita a contagem dos dias após o Domingo de Páscoa, o que implica que a festa calhe sempre à quinta-feira e, geralmente, no mês de maio, na décima-quarta semana da Páscoa.

Na tradição cristã, esta festa móvel celebra a elevação de Cristo aos céus, quarenta dias após a Ressurreição e marcando o fim da sua presença junto aos homens.

O símbolo do Dia da Espiga é, ainda hoje, o ramo que no passado se apanhava com um passeio matinal pelo campo, para colher espigas de trigo, ramos de oliveira, malmequeres e papoilas, além de outras flores silvestres, que hoje se compram em floristas ou vendedoras ambulantes à porta de mercados.

Chegados a casa, o ramo deve ser colocado por detrás de uma porta, acompanhado por um papo-seco que, segundo reza a lenda, não irá ganhar bolor durante um ano, e que será substituído no ano seguinte, trazendo com isso sorte e bonança ao lar.

O Dia da Espiga já foi considerado como o dia mais santo do ano, um dia em que não se devia trabalhar, e tinha também a designação de «Dia da Hora», porque ao meio-dia tudo parava.

«As águas dos ribeiros não correm, o leite não coalha, o pão não leveda e as folhas se cruzam» diz a crença popular.

Era nessa hora que se colhiam as plantas para fazer o ramo da espiga e também se colhiam as ervas medicinais. Em dias de trovoadas queimava-se um pouco da espiga no fogo da lareira para afastar os raios.

Em 1952 decretou-se o fim deste feriado nacional, quando a igreja Católica foi obrigada a abdicar de alguns feriados, e sacrificou a Quinta Feira da Ascensão.


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