Opinião

INTEGRIDADE E HONESTIDADE, AS DUAS FACES DA POLÍTICA!

Uma crónica de Bruno Fialho.

No passado sábado escrevi sobre a posição condenável e antidemocrática que as estações de televisão tomaram, quando decidiram não incluir o candidato Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, nos debates com os candidatos presidenciais.

Entretanto a RTP já veio dar a mão à palmatória e, para além de já ter dado algum espaço televisivo ao Vitorino Silva, anunciou que ele também irá ter direito a debater com os restantes candidatos presidenciais.

Esta deveria de ter sido a posição da estação de televisão desde o início, a qual, relembro, apenas sobrevive com o dinheiro dos nossos impostos, mas que há décadas que não cumpre com o seu papel na sociedade portuguesa.

Todavia, o facto de Vitorino Silva ir debater apenas na RTP não é de todo aceitável, pelo que, penso que os portugueses ficaram com a sensação de que a democracia não foi bem defendida pelos restantes candidatos presidenciais, pois não houve um único tivesse demonstrado ser integro e que tivesse ameaçado com a sua saída dos debates.

Depois desta situação, durante esta semana vimos ser negada a André Ventura a possibilidade de poder suspender o seu mandato como deputado, durante a campanha para as eleições presidenciais.

Da mesma forma que os candidatos presidenciais não foram democratas com Vitorino Silva, os portugueses constataram que a maioria dos deputados também não o foram com André Ventura.

Convém esclarecer que o CDS, o PAN e mais três deputados do PS, Jorge Lacão, Isabel Oneto e José Mendes, foram os únicos a votar a favor de ser permitida a suspensão do mandato ao deputado André Ventura e a sua consequente substituição temporária, por um colega de partido.

PS, PSD, PCP e Bloco de Esquerda votaram contra a possibilidade de André Ventura suspender o seu mandato.

Este novo espetáculo político permitiu que, mais uma vez, víssemos a maioria dos deputados a prestar um mau serviço à nação, pois, goste-se ou não de André Ventura ou do Chega, ele e o partido têm tanto direito em estar representados na Assembleia da República como qualquer um dos restantes deputados ou partidos.

Negar a possibilidade de representação parlamentar ao Chega, porque o seu deputado irá participar na campanha presidencial, é negar a possibilidade desse partido estar representado no Parlamento, o que devia de ser manifestamente ofensivo para os verdadeiros democratas.

Tal como Voltaire, eu até posso discordar de algumas coisas que o André Ventura defende e repudiar muitas vezes a forma como ele aborda as questões que apresenta, mas irei defender até à morte o seu direito de expressão, porque isso é que é ser um verdadeiro democrata e lutar pela democracia.

Acontece que, a maioria dos deputados ao terem recusado que o partido Chega possa substituir o deputado André Ventura, demonstraram que não estão no Parlamento para defender a democracia, mas apenas os interesses partidários ou agendas pessoais.

Alguém dúvida que ser dada a possibilidade a um deputado de ser substituído quando está ao serviço do país numa campanha eleitoral para as presidenciais, não é fazer o mais correcto pela democracia e demonstrar alguma integridade política?

E se o BE e o PCP defendem que André Ventura não pode ser substituído,  o que dizer acerca da Marisa Matias, candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda, ou do João Ferreira, candidato apoiado pelo PCP, ambos deputados no Parlamento Europeu e que vêm até Portugal participar na campanha para as eleições presidenciais?

Eu e a maioria dos portugueses estamos fartos dos políticos e partidos que apenas destroem e não constroem, que apoiam o maldizer em vez de apresentar soluções ou que fazem de tudo para se manter no poder.

Mesmo com todas as dificuldades que existem para o PDR – Partido Democrático Republicano, um partido que ainda não tem representação parlamentar, prefiro continuar a pertencer a este partido e ter a possibilidade de defender aquilo em que acredito, inclusive de defender adversários políticos ou as suas ideias, do que me “vender” à vergonha em que se tornou a política nacional, apenas para ter um lugar de representação na Assembleia da República.

Por tudo o que referi acima, defendo o direito de André Ventura a poder substituído temporariamente na Assembleia da República, porque é revelador de integridade política, mesmo que ele não tenha tido essa integridade para com o Tino de Rans na questão dos debates presidenciais.

Considero que quando conseguimos observar a posição de alguns políticos, ou a falta dela, em relação a determinados assuntos e conseguimos desvendar a sua verdadeira faceta, conseguimos decidir melhor e em consciência sobre quem queremos que nos represente no futuro.

Assim, na minha visão, a política tem de ter duas faces, integridade e honestidade, pelo que, quem não tiver as duas devia de ser expulso da vida política.

Infelizmente, sabemos que ainda não é assim que os políticos e a maioria dos partidos funcionam, mas acredito que um dia os portugueses irão conseguir, através do voto, fazer o necessário escrutino e expulsar quem não nos defende com Integridade e Honestidade.


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