Atualidade

Hospital de S. Bernardo a rebentar pelas costuras

Para quem não está habituado a frequentar os serviços do Hospital de São Bernardo é o encontro chocante de uma realidade impensável.

Os bombeiros transportam os doentes e são eles que funcionam como assistentes de serviço com uma palavra amiga, que ajuda a minimizar o desconforto de quem sofre com as dores. As funcionárias da receção tudo fazem para que a sua simpatia evite maior desespero. Colocam-se as fitas coloridas, anunciam-se os nomes, ouvem-se queixas de todo o lado.

O atendimento no interior da sala aberta é lento, mais que lento, funciona a conta gotas, enquanto os doentes querem apenas e só que as dores desesperantes acabem. Os mais velhos e sem mobilidade apelam para os porem a fazer chichi. Vem um destapa e volta a tapar, outro que olha com piedade, mas não faz mais que isso.

Cá fora os acompanhantes perguntam como está a situação lá dentro, recebendo como resposta “está pior que nunca”.

No gabinete das pequenas cirúrgicas a médica revolta-se por ser tratada por menina, em vez de senhora doutora.

O pandemónio é mais que nunca, enquanto os bombeiros tentam instalar os doentes nas camas que não existem e sem conseguirem que as macas sejam devolvidas.

Os acompanhantes não são deixados entrar para ver os familiares, apesar da senha autocolante, que ostentam no peito. O tempo vai passando lentamente, enquanto os doentes continuam a entrar, ficando por lá naquela sala aberta até ser atendidos. As cartas de urgência não funcionam, pois são lidas com indiferença por quem os atende.

Enquanto deixávamos a sala aberta ainda nos soava nos ouvidos o apelo desesperado do homem que tinha sido vítima de desastre na Quinta do Conde, “eu quero apenas mijar!”, mas ninguém parecia ouvi-lo.

O clima de pandemónio cresce à medida que o tempo passa. Quem entra com uma dor agonizante sai com os nervos em franja, revoltado e interrogando-se se este será o Serviço Nacional de Saúde, que tanto se apregoa.

Uma realidade é mais que pertinente: não se pode estar doente.


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comentário

  1. Há mais de 20 anos que os médicos me diziam que o Hospital de São Bernardo estava a rebentar pelas costuras. Só agora é que estes descobriram isso? LOL descobriram a pólvora LOL.

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