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Há um concelho no distrito de Setúbal destacado no estudo ‘Territórios de Bem-Estar’

O estudo ‘Territórios de Bem-Estar: Assimetrias nos municípios portugueses‘ foi publicado este mês pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, que identifica em que medida o conceito de bem-estar é influenciado por assimetrias nas condições de vida que caracterizam municípios de Portugal continental.

Coordenado por Rosário Mauritti, do ISCTE, contou também com Daniela Craveiro, Luís Cabrita, Maria do Carmo Botelho, Nuno Nunes e Sara Franco da Silva, foi esta manhã apresentado num evento digital no ‘site’ da FFMS.

O estudo revela que Portugal tem níveis de bem-estar muito assimétricos, com os territórios de baixa densidade a apresentarem maior satisfação com a sua qualidade de vida, enquanto os seis concelhos mais ricos são também os mais desiguais.

À Lusa, Rosário Mauritti explicou que a equipa analisou «a realidade das pessoas e a forma como elas percecionam e apreciam as suas experiências e sobre elas produzem algum sentimento de satisfação», a partir de dados do Instituto Nacional de Estatística e casos de estudo.

Portugal tem sido considerado como um todo homogéneo, normalmente em comparação com os restantes países europeus, mas este estudo vem demonstrar que o território do continente português é muito diverso.

O estudo organizou os municípios do continente em função de características semelhantes, como densidade, estrutura de distribuição das idades das populações, perfil educativo, socioprofissional e de rendimentos, e chegou a cinco grupos: territórios industriais em transição, territórios intermédios, territórios urbanos em rede, territórios inovadores e territórios de baixa densidade.

A análise teve em conta dimensões associadas ao bem-estar, como os contactos sociais, o equilíbrio entre trabalho e a família, saúde, habitação, segurança, sociedade digital, participação cívica, educação e cultura, trabalho digno e qualidade ambiental.

No distrito de Setúbal, o concelho de Alcochete está a par dos concelhos de Lisboa, Porto, Coimbra, Oeiras e Cascais, municípios classificados como territórios inovadores, por serem mais favorecidos e terem níveis económicos próximos da média europeia, onde em geral «as pessoas têm trabalhos muito qualificados e acesso a recursos que compõe aquilo que é a oferta do Estado social».

No extremo oposto, estão os territórios de baixa densidade, dos quais fazem parte quase 40% dos municípios portugueses, com apenas 8% da população, caracterizados por níveis de despovoamento, envelhecimento e pelo empobrecimento estrutural.

No entanto, é nestes territórios que há índices maiores de bem-estar uma vez que «as pessoas mais velhas que vivem sozinhas estão mais protegidas», e a esperança média de vida «tende a ser prolongada, porque existem estruturas associativas que são dinamizadas pelas próprias comunidades e que asseguram um apoio de proximidade» que não se consegue obter nas cidades de média ou grande dimensão.

O estudo revela ainda que a qualidade do ambiente é um dos traços mais valorizados nas apreciações de bem-estar, assim como o equilíbrio entre trabalho e vida familiar.

Mais de metade da população vive em 30 dos 278 municípios no continente e em 96% destes há mais idosos do que crianças.

Em 28% dos municípios do continente de Portugal, mais de metade das famílias são pobres e foram os municípios onde os rendimentos são mais baixos os que mais perderam população jovem.


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