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GRES Batuque do Conde: a escola que levou a Quinta do Conde a desfilar nas ruas de Sesimbra

Ainda estamos longe do Carnaval mas devido a importância que o mesmo tem para o concelho, o Diário do Distrito entrevistou Emanuel Pinto, Presidente da Direção do GRES Batuque do Conde. Assim que um desfile termina, a organização das escolas começa a pensar no tema do próximo cortejo carnavalesco. «O Carnaval é mais do que um espetáculo de movimento, cor e música. Os desfiles constituem uma oportunidade de mensagem, de abordagem cultural, no sentido de dar foco a temas de relevo social. Ainda que sempre existam temas ou assuntos em agenda, é tradição das Direções acolher propostas espontâneas dos nossos participantes», lembrou o presidente do Batuque do Conde sobre como se escolhem os temas para os desfiles. Em 2023, o GRES Batuque do Conde vai apresentar “A saga dos filhos negros dessa Mãe África”, onde as vozes caladas pela escravatura vão se levantar.

Um desfile habitualmente prepara-se em duas fases. «A primeira refere-se à escolha do tema, à elaboração da sinopse, ao lançamento e realização do concurso para a escolha do samba, ou seja, o tema musical em que se traduz o tema, assim como a conceção das fantasias – que são sempre diferentes em cada ano. A segunda parte é a que mais trabalho exige aos que desfilam. Aquele trabalho de concretização, as compras dos materiais, o envolvimento das costureiras, a decoração dos fatos, assim como a construção dos carros alegóricos», conta. Os ensaios costumam levar meses e muitos dos sambistas costumam estar envolvidos nas diversas partes desta morosa operação logística.

Mesmo fazendo parte da maior freguesia, a Quinta do Conde não sentia a mesma animação carnavalesca que Sesimbra ou o Castelo. Desde há décadas que esta manifestação cultural representa uma das marcas identitárias do concelho. «O nosso Carnaval tem uma genuína raiz popular, originada na vila Sede de Concelho, que foi crescendo até ao que hoje já é: a outra imagem de marca de Sesimbra, o sinónimo da Sesimbra de inverno, a rivalizar com a Sesimbra das praias no verão», disse sobre a importância que o Carnaval tem para os sesimbrenses.

Esta escola, criada em 2009, foi a que levou a população da Quinta do Conde a desfilar nas ruas da vila. Emanuel Pinto explicou que esta é uma atividade bastante cara, tanto devido aos fatos com os quais desfilam, mas também por causa dos meios que mobilizam, e como tal contam «com a contribuição da Junta de Freguesia e também da Câmara Municipal de Sesimbra».

Sobre os objetivos que esta direção tem para o Batuque, isto depois dos anos da pandemia que levaram a que as nossas habituais atividades fossem canceladas, a melhoria das condições logísticas e a reformulação das escolas de dança e de percussão estão no topo da lista de desejos. Para além do desfile, o Batuque costuma fazer rodas de samba. Ao contrário daquilo que muitos pensam, o Carnaval não é uma importação da cultura brasileira, mas sim uma festa pagã que sempre existiu no calendário cristão.

«O Batuque do Conde crescerá até onde o sentimento de pertença, o orgulho e o empenho dos nossos sócios e amigos o determinar. Temos um amplo futuro para a diversificação. Para fazer parte do Batuque apenas é necessário trazer a vontade de participar e um espírito livre para dar largas à confraternização com quem pretende dar mais cor à vida», afirmou.


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