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GNR do Porto descarta responsabilidades sobre morte de animais em Santo Tirso

O Comando Territorial do Porto da GNR emitiu esta terça-feira um comunicado dirigido ao efectivo daquela Guarda, no qual pretende dar um esclarecimento sobre o ocorrido durante o incêndio que deflagrou na Serra da Agrela e que causou a morte a várias dezenas de animais em dois canis ilegais.

No comunicado, o Comando refere a «rápida e massiva dimensão mediática que a ocorrência atingiu, generalizando-se a ideia de uma alegada correspondência entre a atuação da Guarda e as consequências trágicas conhecidas» e explica que «na tarde de 18 de julho de 2020, quando os militares da Guarda chegaram à zona onde está localizado um dos canis, já o mesmo tinha sido consumido pelo fogo, deixando-o parcialmente destruído e conduzindo à morte de diversos animais».

Segundo o Comando, «de imediato, os militares da GNR informaram as entidades competentes que, face à violência das chamas e ao facto de inicialmente os animais estarem presos, vários foram os que sucumbiram ao incêndio, encontrando-se no local vários cadáveres e animais que necessitavam de cuidados, em especial dois deles que, pela observação ocular, apresentavam necessidade de intervenção imediata, no entanto, por decisão do veterinário municipal, apenas um desses animais foi recolhido, mais tarde nesse dia, tendo o outro sido socorrido no local».

Em relação aos restantes animais, «uma vez que não apresentavam sinais de necessidade de intervenção imediata, foram-lhes prestados cuidados básicos no local, tendo o veterinário municipal informado que se deslocaria ao local na manhã do dia seguinte».

Refere ainda o Comando que «fruto das imagens veiculadas nos Órgãos de Comunicação Social e Redes Sociais, muitos foram os populares que se deslocaram, já durante a noite, para as imediações dos canis afetados, com a intenção de retirar os animais para locais seguros.

Nesta altura, várias horas depois do fogo ter consumido as instalações, as mortes dos animais já tinham ocorrido e o transporte dos sobreviventes não foi considerado urgente pelo veterinário municipal, sendo ainda que havia dificuldade pelas autoridades competentes, na identificação de um local para onde os animais pudessem ser trasladados ainda nessa noite, que garantisse o seu bem-estar na manhã seguinte, e uma vez que o veterinário municipal assumiu que não existia perigo para os restantes animais, o efetivo da Guarda impediu a violação de propriedade privada e a retirada pelos cidadãos, sem controlo e registo, dos animais.»

O Comando considera que a «desinformação dos populares, associada ao cenário existente e à tensão face à proprietária, gerou uma onda de indignação relativamente à postura da Guarda, que se confundiu com uma (inexistente) omissão de auxílio aos animais que permaneciam no local» e afirma ainda que «ainda que não existam, no momento, quaisquer dados que possam indiciar eventual conduta ilegal ou censurável por parte dos militares, decorre um inquérito levado a cabo pela Inspeção-Geral da Administração Interna, para o qual a Guarda está empenhada em prestar toda a colaboração, no sentido do cabal esclarecimento do ocorrido neste fatídico incidente».

Comunicados não coincidem

No domingo, a Guarda Nacional Repúblicana emitiu também um comunicado que nuns pontos, é contraditório com o apresentado hoje pelo Comando Distrital do Porto, conforme na altura o Diário do Distrito também publicou.

No primeiro, datado de 19 de Julho, a GNR refere que «enquanto o incêndio deflagrava, ainda durante a tarde, a ação da GNR foi essencial para permitir que tivessem sido resgatados, com vida, a maior parte dos cães».

No entanto o Comando do Porto afirma agora que «quando os militares da Guarda chegaram à zona onde está localizado um dos canis, já o mesmo tinha sido consumido pelo fogo, deixando-o parcialmente destruído e conduzindo à morte de diversos animais» e ainda que «apenas um desses animais foi recolhido, mais tarde nesse dia, tendo o outro sido socorrido no local».

Também no comunicado de 19 de Julho a Guarda afirma que «os bombeiros combateram o incêndio, conseguindo evitar que o espaço ardesse todo, havendo condições para que os restantes animais permanecessem no local até que se resolvesse a situação, sendo retirados apenas os animais feridos, por indicação do veterinário municipal».

Mas no comunicado de hoje, o Comando Distrital refere que os militares se depararam no local com «animais que necessitavam de cuidados, em especial dois deles que, pela observação ocular, apresentavam necessidade de intervenção imediata, no entanto, por decisão do veterinário municipal, apenas um desses animais foi recolhido, mais tarde nesse dia, tendo o outro sido socorrido no local».

Em relação aos restantes animais, «uma vez que não apresentavam sinais de necessidade de intervenção imediata, foram-lhes prestados cuidados básicos no local, tendo o veterinário municipal informado que se deslocaria ao local na manhã do dia seguinte».


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