Gato atravessa cinco países para se reencontrar com menina ucraniana
Fugir de uma guerra nunca é fácil, deixando para trás toda uma vida, familiares e até, em muitos casos, os animais de estimação.
Foi o que aconteceu com a família do gato Arsenii, que perante a necessidade de fugirem com três crianças, tiveram de tomar a difícil decisão de o deixar para trás, com um familiar, o que deixou a pequena Agnessa, de dez anos, destroçada.
Mas mesmo nos tempos mais difíceis, ou sobretudo nestes, a natureza humana demonstra o seu melhor e graças um incrível esforço internacional, foi possível reunir de novo Agnessa com o seu amado Arsenii.
A família da menina teve de fugir da sua cidade natal de Odessa, quando as forças russas invadiram a Ucrânia, deixando o gato com um cunhado da mãe da menina, Maria Bezhenar.
Em declarações à imprensa que seguiu esta aventura, Maria Bezhenar explicou que «não havia forma de trazermos qualquer animal connosco. Depois de passarmos algumas semanas na Roménia, pudemos entrar nos Estados Unidos, mas nunca teria sido possível se transportássemos animais.»
Foi durante o voo para S. Francisco que conheceram Dee Harnish, comissária de bordo que iria envidar todos os esforços para voltar a reunir Agnessa com o seu amigo peludo. Dee manteve-se em contacto com a família e foi assim que soube que a menina estava a enfrentar um período muito difícil por causa de Arsenii, chorando constantemente a falta do gato com quem cresceu e com quem dormia.
Dee Harnish começou então a contactar com pessoas e instituições que se dedicam a resgatar animais e apesar de, à primeira vista, esta ser uma missão impossível, todo o processo estava já em andamento.
O cunhado de Maria Bezhenar foi contactado, e conseguiu levar o animal no seu motociclo através da fronteira entre a Ucrânia e a Moldávia, deixando-o entregue a um automobilista, que o viria a entregar a uma outra família de refugiados na Roménia, com quem Arsenii passou cerca de um mês, quando estes viajaram para Bucareste.
Foi nesta altura que entrou em açção Mimi Kate, cuidadora de animais, que estava de férias na Grécia, mas que optou por ir a Bucareste buscar Arsenii e finalmente levá-lo até à sua verdadeira família.
Mas nem tudo seria simples, porque por questões burocráticas Arsenii não podia sair da Roménia, uma vez que teria de sair de um país que não faz parte da União Europeia, e onde os seus documentos não eram reconhecidos.
Arsenii acabou por fazer a viagem graças à boa vontade de um condutor de tuk-tuk, que se voluntariou para obter os devidos documentos que permitiram a Arsenii e Mimi Kate viajar de Atenas até à casa de Kate, em Seattle, e daí para o Aeroporto Internacional de S. Francisco, onde se reuniu com Agnessa e a sua família.
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