Covid-19PalmelaReportagem

«Fomos o 112 da ação social na freguesia de Palmela»

A Junta de Freguesia de Palmela apresentou esta segunda-feira, um balanço “muito positivo” do trabalho social realizado durante um ano de pandemia, de Março de 2020 a Março de 2021.

Numa conferência de imprensa onde apenas o Diário do Distrito esteve presente, Jorge Mares quis deixar um agradecimento “a todos os anónimos, empresas, parceiros e funcionários desta Junta, que nunca baixaram os braços, e que mais do que funcionários, foram voluntários para que nada faltasse a todos os que nos vieram bater à porta a pedir ajuda, e de quem destaco o enorme profissionalismo de quem vestiu a camisola da solidariedade.

E as portas da Junta nunca estiveram encerradas nem os nossos serviços deixaram de funcionar para receber quem ficou sem trabalho, ou cuja situação social piorou, encaminhando muitos para as respostas da Segurança Social em pedidos de subsídios e  programas alimentares, e apoiando várias famílias enquanto esses subsídios e apoios alimentares não chegavam, num movimento solidário de gente generosa de Palmela, com a Junta e os Vicentinos a responder às diversas solicitações, algumas das quais ainda hoje se mantêm.

E todas as parcerias que foram criadas e os apoios dados, serão para manter enquanto sentirmos as ondas de choque desta pandemia. Aliás, se há um vírus em Palmela é o da solidariedade, e isso viu-se ao longo de todo este ano.”

Jorge Mares não deixou também de criticar “o porquê de que, quando se fala em pessoas que estão na linha da frente para a prioridade na vacinação, ninguém refere os funcionários das Juntas, que durante este período todos os dias estiveram e estão no terreno, no atendimento e na entrega de bens e de alimentos”.  

No seu agradecimento, o autarca destacou a parceria com os Vicentinos de S. Paulo “com quem trabalhamos todos os dias, mas com quem aprofundámos mais este relacionamento” e deixou um agradecimento “muito especial a Magda Costa, responsável pelo sector socia da Junta, que nestes 365 dias esteve disponível praticamente 24 sobre 24 horas”.

Jorge Mares fez um balanço de “um ano de pandemia mas também um ano de solidariedade intensa, com uma enorme mobilização de todos, de anónimos ao comércio local e a empresas, que nos permitiram sempre dar resposta a todos”.

Durante o ano de 2020 foram entregues 7.500 refeições, “numa média de 550 até 780 refeições por mês, fornecidas por restaurantes locais e entregues por equipas da Junta diariamente.

Este ano já temos uma média de 900 refeições por mês, porque há mais restaurantes que aderiram e temos um grupo de senhoras que confecciona refeições na cozinha da colectividade ‘Os Loureiros’ e a quem a Junta apoia na compra dos recipientes e no transporte, em mais um movimento de solidariedade da nossa freguesia.”

O autarca destacou ainda outros projectos realizados pela Junta de Freguesia, “como a iniciativa «Fique em Casa, Nós vamos por Si», que decorreu de forma muito positiva de apoio a pessoas com mais de 65 anos e sem apoio familiar, institucional ou comunitário, envolvendo idas a supermercados e farmácias para pessoas com mobilidade reduzida ou para quem estava em quarentena sem apoio de uma rede familiar.

Participámos na entrega e recolha de trabalhos a alunos da Escola Secundária de Palmela, que não tinham acesso à internet ou a equipamento informático e participámos no transporte de cerca de 50 toneladas de alimentos do Banco Alimentar para a Fundação COI, no Vale do Alecrim, instituição que distribui a famílias carenciadas de diversas freguesias, no âmbito do programa de apoio alimentar.”

A Junta de Freguesia de Palmela ofereceu ainda ao Corpo de Bombeiros de Palmela, “para além dos apoios financeiros estipulados, um equipamento de desinfeção de viaturas e de espaços, por forma a garantir uma maior operacionalidade e mais segurança aos nossos Bombeiros e a atribuição de subsídio à Santa Casa da Misericórdia de Palmela, para aquisição de meios de proteção”.

Ao Diário do Distrito, Jorge Mares explicou que “tudo isto rondou uma verba superior a dez mil euros, e no Orçamento da Junta incluímos três rúbricas com despesas no âmbito da pandemia, para prover a estas despesas, e anulámos eventos que estavam programados e que se reportavam ao Plano de Atividades para o ano de 2020”.

Magda Costa explicou depois o trabalho a nível administrativo, “em que a Junta serviu como mediador das situações junto da Segurança Social, encaminhando as situações e dando conhecimento às pessoas dos apoios a que podiam recorrer, além de os ajudarmos na elaboração e envio dos emails e na recolha e digitalização dos documentos necessários”.

Sobre este apoio, Jorge Mares declarou que “fomos o 112 da ação social, porque o Estado não estava preparado para tudo isto e não há uma resposta no hiato entre o pedido que é feito e a viabilização dos apoios. E a maior parte das pessoas que nos chega aqui a fazer esse pedido, já esgotou todos os recursos possíveis e está em total desespero.”

Frisando que o trabalho das Juntas foi “fundamental para apoiar quem se viu sem chão”, o autarca referiu que “o Governo já devia olhar para as Juntas de uma forma diferente, como sendo o primeiro ponto de apoio da população, e dar outras competências ao nível social, para nos permitir uma resposta mais imediata”.

Em nome dos Vicentinos, grupo ligado à igreja católica que há trinta anos auxilia em Palmela situações de carência económica, Evangelina Dias explicou que os apoios, além de alimentos “são também dadas ajudas para pagamentos de contas que as pessoas tenham em atraso, compra de bilhas de gás, além de todos os anos oferecermos cabazes de Natal e de Páscoa. E neste momento já demos tudo o que tínhamos, temos a dispensa vazia, mas acreditamos que não será por muito tempo.”

Agradeceu também “o apoio da Junta de Freguesia em todos estes anos, de muitos anónimos de quem nem conhecemos o rosto, mas nos deixam dádivas diversas, e também empresas como o Pingo Doce, que nos deram um cartão para efectuarmos compras, a Câmara Municipal de Palmela, a Caixa Agrícola, e a Clínica Dentária Gandum, que fazem campanhas de recolha de bens.”

Em 2020 os Vicentinos entregaram 670 cabazes, e este ano já foram entregues 135 cabazes “compostos por três sacos com alimentos e seis embalagens de leite”.

Neste balanço, Jorge Mares enumerou também as entidades que durante um ano tão atípico, auxiliaram a que nada faltasse à população mais carenciada e que mais sentiu os efeitos da pandemia de covid19, “começando por muitos anónimos, Mestre Food – Palmela; Cantinho do Popas (talho); Maranata (Pão da Lagoinha); Restaurante Dom Rodrigo – Palmela; Restaurante O Vale – Vale de Touros; Macdonald´s Aires; Hugo – Contabilidade & Seguros; Bombeiros de Palmela /JPN; Associação das Festa das Vindimas; COVIRAN; Supermercado da Zita; Amanhecer; Pingo Doce; Mãos Solidárias – Palmela; Câmara Municipal de Palmela; Igreja de São Pedro de Palmela e a Conferência Vicentina de São Pedro de Palmela bem como a Igreja Evangélica ‘Boa Nova’.”


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