Montijo

‘Foi mais um dia histórico para o Montijo’

A emissão da Declaração de Impacte Ambiental da Agência Portuguesa do Ambiente para o novo aeroporto no Montijo, embora com restrições, marcou a reunião camarária desta semana no Montijo.

O presidente Nuno Canta apresentou uma saudação sobre “o que foi mais um dia histórico para o concelho do Montijo, e mais um passo significativo para a construção deste equipamento” deixando o apelo para que “todos convirjam para que se possam vir a definir as linhas mestras que tragam os benefícios para o povo do Montijo e para os concelhos que este novo aeroporto irá abranger. Este será um grande investimento para esta terra, para o distrito e para o país, e que muitos apostaram que não iria acontecer.”

O edil frisou ainda as mais-valias que o equipamento poderá trazer para a península de Setúbal, “porque sempre temos defendido que este aeroporto devia ser construído a sul do Tejo, reduzindo assim a assimetria económica entre as duas margens, criando condições para o desenvolvimento de todo o território da península, embora garantindo os valores ambientais e de progresso. A Câmara Municipal desde a primeira hora que sustentou a necessidade de avaliação técnica e cientifica dos aspectos ambientais, exigindo-os ao Governo e à ANA Aeroportos.”

Outro aspecto destacado pelo presidente é o das acessibilidades “uma vez que a obra irá garantir ligações entre os concelhos, como Montijo-Barreiro e Barreiro-Seixal, bem como garantindo a melhoria das acessibilidades” e salientou que “basta uma ponte entre o Barreiro e a BA6, para o comboio ali chegar, que dista apenas um quilómetro”.

Por ausência neste período do vereador João Afonso (PSD/CDS-PP), a discussão teve lugar apenas entre o PS e a CDU, com conhecidos posicionamentos opostos sobre esta opção do aeroporto no Montijo.

O vereador Carlos Almeida (CDU) criticou o procedimento que levou a este projecto, relembrando o processo de privatização da TAP e as manobras da DAVINCI para não construir de raiz um novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete “que iria permitir construir uma plataforma logística, ao invés de um mero apeadeiro na BA6, que irá fazer com que em breve se fale da necessidade de um novo aeroporto internacional de Lisboa”.

Carlos Almeida criticou também o facto de Nuno Canta “se arrogar para falar pelos concelhos limítrofes “porque nenhum dos presidentes desses concelhos está afónico”.

Nuno Canta rebateu as declarações referindo que “sempre defendemos coerentemente que o aeroporto deve ser instalado a sul do Tejo, porque não podemos continuar a ter 100 mil trabalhadores a ir todos os dias trabalhar para Lisboa. É obrigação dos autarcas lutarem para acabar com isso para garantir dignidade às famílias, e criar coesão nos seus territórios. Por isso não compreendemos esta ideia ambivalente de ser contra o aeroporto na BA6, só porque é no Montijo.

E chamar ‘apeadeiro’ ao novo aeroporto é de pessoas irresponsáveis, quando falamos de mil hectares e quando o novo aeroporto irá ocupar a mesma área do aeroporto de Lisboa e será maior que a cidade do Montijo. Tudo isso não é mais do que desinformação.”

Remoção de Mupis do PCP
e Pátio do Gelo

O vereador da CDU Carlos Almeida, apresentou duas questões no período ante da Ordem do Dia, uma ligada ao Pátio do Gelo e as condições de segurança das habitações. “Soubemos que já houve intervenções e um dos proprietários iniciou alguns ajustes para garantir a segurança, mas existe uma parte considerável que ainda necessita de intervenção” e solicitou que a Proteção Civil “se mantenha atenta ao que ali se passa”.

O presidente Nuno Canta explicou que “trata-se de espaço privado e por isso a segurança tem de ser garantida pelo proprietário. No entanto, a autarquia foi à procura deste, notificando-o, e que actuou no imediato para demolir as habitações em ruína e já deu entrada com projectos para recuperação de alguns imóveis e por isso quero agradecer publicamente ao proprietário.”

Outra questão levantada pelo vereador comunista foi a remoção de dez mupis do PCP “que ocorreu no dia 13 de Janeiro, por funcionários camarários e colocados numa viatura da Junta de Freguesia de Montijo e Afonsoeiro. Esta situação foi detectada por dois elementos do Partido, que tiraram fotos e fizeram queixa na PSP.

Se bem que algumas já foram recolocadas, embora agora com abraçadeiras de plástico, quando tinham correntes, isto não deixa de ser um aspecto menos democrático, que perfaz um conjunto de situações que têm ocorrido neste concelho.”

Sobre isto Nuno Canta referiu que “os nossos serviços têm ordem expressa para retirar de imediato situações de publicidade ilegal, mas não de propaganda política. No entanto houve um lapso dos serviços e por isso já pedimos desculpa aos Partidos Políticos. Mas deixo o apelo para que não segurem os mupis com correntes junto às árvores, para que não as estraguem, bem como nos informem no imediato se tal voltar a acontecer ou se houver danos nos equipamentos retirados.

No período aberto à população intervieram dois dirigentes do Movimento Associativo, Mário Baliza, d’Os Comilões, e Fernando Eusébio, dos Unidos do Montijo.

Mário Baliza voltou a questionar pela possibilidade de uma sede para o grupo, “porque não temos onde reunir nem onde nos vestirmos para os desfiles de Carnaval. Todo o nosso espólio está espalhado e já muita coisa se deve ter perdido.”

Nuno Canta garantiu que “o assunto não está esquecido, já estivemos quase para conseguir resolver, mas não foi possível”, apontando uma solução para “quando completarmos o protocolo com a Refer que trará para a autarquia a gestão do espaço da estação, dos anexos e da casa do guarda”.

Fernando Eusébio solicitou nova intervenção do executivo junto das forças policiais. “Voltámso a ter certos ‘jovens’ a importunar os sócios no clube. Durante um tempo as coisas estiveram sossegadas, mas voltaram ao mesmo e já chegou a haver agressões entre essas pessoas e os sócios. Pedimos se podem dar uma palavra à PSP para voltarem a fazer ali as rondas, até porque há uma escola perto”, uma situação com a qual Nuno Canta se comprometeu.

O munícipe informou ainda sobre situações de estacionamento e questionou sobre o futuro do Restaurante da Montiagri, ao que Nuno Canta respondeu que “foi aberto um concurso público, mas não apareceram proponentes. Iremos abrir novo concurso mas se não tivermos respostas temos de pensar noutra solução que pode passar por usar o espaço para serviços municipais.”

Interveio ainda Avelino Antunes, questionando sobre a retirada de mupis do PCP de vários locais do concelho, e que não havia chegado um pedido de desculpas oficial sobre o ocorrido, ao que Nuno Canta respondeu novamente pedindo desculpa pelo ocorrido.


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