AlmadaCultura

Festival de Almada de regresso de 4 a 18 de Julho

A 39º edição do Festival de Almada volta a realizar-se de 4 a 18 de Julho, retomando a sua essência com palcos ao ar livre e música ao vivo, todos os dias na Esplanada da Escola D. António da Costa. É também o regresso do icónico Palco Grande. Serão 20 espectáculos, dos quais 13 nacionais

A programação da 39ª edição do Festival de Almada foi hoje apresentada em conferência de imprensa na Casa da Cerca. Rodrigo Francisco, director artístico do Festival, fez as honras da casa. José Manuel Castanheira emocionou-se ao agradecer a homenagem, que lhe cabe a si este ano. Inês de Medeiros, presidente da Câmara Municipal de Almada (CMA) discursou sobre a actualidade política mundial e o contributo essencial e de resistência do teatro. 

O Festival de Almada “regressa assim ao seu formato tradicional”, e aos espaços ao ar livre encerrados pela pandemia em anos anteriores. Repartido por nove palcos entre Almada e Lisboa, e englobando 20 espectáculos, dos quais 13 nacionais, “liga nove países e dois continentes que trazem até ao nosso município nomes consagrados, bem como novos e emergentes talentos”, disse a presidente da CMA Inês de Medeiros.

Os espectáculos portugueses que integram a programação “são representativos de várias gerações de criadores e companhias do teatro português”, salientou Rodrigo Francisco. Peter Kleinert (Companhia de Teatro de Almada), Carlos Avilez (Teatro Experimental de Cascais), Jorge Silva (Teatro dos Aloés), António Pires (Teatro do Bairro), Marco Martins (Arena Ensemble), Pedro Carraca (Artistas Unidos) e Rita Calçada Bastos estiveram presentes na Casa da Cerca e, falaram sobre as peças que cada um traz este ano ao Festival de Almada.

Carlos Avilez apresentou “Eu sou a minha própria mulher”, de Doug Wright, “um dos textos mais premiados da dramaturgia norte-americana dos últimos anos”. Jorge Silva dirige “uma das peças mais célebres” de Edward Albee, “Em casa, no zoo”. António Pires repõe uma criação que estreou no Convento do Carmo no ano passado, “Sonho”, de Strindberg. 

Marco Martins aborda em “Selvagem” a tradição das máscaras nas celebrações pagãs do sul da Europa, colocando lado a lado as culturas de Trás-os-Montes e da Sardenha. Já Pedro Carraca, em “Taco a Taco”, aborda o tema do ‘bullying’, partindo do universo da dupla de autores escoceses Kieran Hurley e Gary McNair. Rita Calçada Bastos, em “Se eu fosse Nina”, “especula sobre as relações entre a ficção e a realidade, inventando uma Nina, a célebre personagem de Tchekov, prisioneira dentro de um teatro”.

O suíço Christoph Marthaler, o alemão Thomas Ostermeier e o belga Wim Vandekeybus estão entre os criadores que vão apresentar novos espetáculos no 39.º Festival de Almada.

Entre as produções internacionais, contam-se “espetáculos de destacados criadores estrangeiros, como o norte-americano Robert Wilson , o suíço Christoph Marthaler, o alemão Thomas Ostermeier, ou o belga Wim Vandekeybus”.

Robert Wilson traz ao Festival de Almada uma nova versão da peça “I was sitting on my patio this guy appeared I thought I was hallucinating”, que se estreou em 1977 com Lucinda Childs. A nova versão, apresentada em 2021 no Festival d’Automne, em Paris, será interpretada pelo ator alemão Christopher Nell e pela bailarina australiana Julie Shanahan.

Christoph Marthaler irá apresentar “Aucune idée”, um espectáculo “concebido durante o período de confinamento, e que assenta na sua cumplicidade artística com o prodigioso ator escocês Graham F. Valentine”.

Thomas Ostermeier leva a Almada “ödipus”, espetáculo no qual “revisita o mito de Édipo numa versão da dramaturga Maja Zade, passada na Atenas contemporânea”.

Já Wim Vadekeybus vai apresentar “Hands do not touch your precious Me”, criação na qual o coreógrafo belga colabora com o escultor francês Olivier de Sagazan, “que interpreta em cena uma figura de argila feita com o seu próprio corpo”.

“As encenadoras Dorothée Munyaneza (do Ruanda) e Nadège Prugnard (de França) assinam duas criações no âmbito da Temporada Cruzada Portugal-França 2022. O novo circo também fará parte desta edição, com a apresentação da trupe francesa Baro d’Evel e dos ingleses Gandini Juggling”, anunciou a organização.

A 39.ª edição fica ainda marcada “pelo regresso de criadores e companhias que ao longo dos anos têm estabelecido relações com o público do festival”, como o ator italiano Ascanio Celestini, o grupo alemão Familie Flöz, o ator espanhol Ángel Ruiz, o grupo madrileno La Tristura e a dupla Azkona&Tolosa.

Além dos espetáculos, a programação do festival inclui exposições, uma das quais de dedicada ao cenógrafo José Manuel Castanheira, personalidade homenageada nesta edição, encontros com criadores e concertos de Músicas do Mundo, todos os dias e com entrada livre, na esplanada da Escola D. António da Costa.

Foi visivelmente emocionado que José Manuel Castanheira agradeceu a homenagem do festival e declarou: “Tudo o que fiz nestes 50 anos de carreira anda à volta do teatro”. José Manuel Castanheira destacou no seu discurso o facto de que “a cenografia não é técnica, a técnica é uma ferramenta. A cenografia é uma reflexão sobre o mundo e a forma de o poder transformar a nível espacial”

A apresentação foi finalizada com o discurso da Presidente da CMA, Inês de Medeiros, que fez questão de salientar que “Almada é teatro. Muito devido a este Festival, que continua a acolher, a fazer parcerias com outros teatros e atento aos jovens criadores.” Acrescentou ainda que “a Festa de Almada é um teatro militante, no melhor sentido da palavra. É um olhar do que somos, de como foi o passado e, de como iremos construir o futuro.”

O festival irá decorrer no Teatro Municipal Joaquim Benite, Palco Grande da Escola D. António da Costa, Fórum Romeu Correia, Teatro-Estúdio António Assunção e Incrível Almadense, em Almada, e no Centro Cultural de Belém e Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa.

Hoje às 21h, também na Casa da Cerca, haverá apresentação ao público e concerto de Dany Silva.

As assinaturas já se encontram à venda e podem ser adquiridas na bilheteira do Teatro Municipal Joaquim Benite, nas lojas FNAC e em ctalmada.pt


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