Montijo

Falhas no serviço dos TST marcam Assembleia Municipal no Montijo

Paulo Soares Jorge, em representação da Comissão de Utentes de Transportes Públicos Rodoviários do Montijo levou à Assembleia Municipal do Montijo que decorreu esta noite, uma solicitação sobre “o agravamento drástico de uma situação que se iniciou a 6 de Janeiro, com a supressão e alteração de 28 carreiras, três das quais o município conseguiu reverter em conjunto com a AML”, e relembrou as falhas que os Transportes Sul do Tejo têm tido no serviço à população do Montijo.

“Esta Comissão manifesta o mais profundo repúdio pela decisão unilateral e denuncia os profundos impactos negativos que estas medidas continuam a ter nos utentes, feitas sem prévio aviso e a necessária autorização da entidade reguladora do sector.”

Através do documento, a Comissão exige “a reposição dos desdobramentos das carreiras 333, 431 e 435; a reposição completa dos horários da carreira 453, que apesar de reposta, mantém a ausência de horário ao fim de semana; a reposição completa do horário da carreira 431. Concretamente à hora do almoço e o seu reforço ao sábado de manhã; a reposição da carreira 432; a reposição integral do horário da carreira 333, com passagem pela Lançada e por Sarilhos Grandes; a reposição da carreira 437, com passagem pelo Bairro da Liberdade e pelo Bairro do Esteval; o alargamento do horário das carreiras 401, 410 ou 413, até pelo menos às 00h30, passando no Alegro Montijo, de forma a proporcionar transporte aos trabalhadores no estabelecimento.”

O tema dos transportes foi também abordado pelo munícipe Mateus Pires Lopes, entre outros temas, questionando sobre “que atitudes de prevenção se tomam no Montijo em relação às falhas nos transportes”, e pela munícipe Anabela Antunes, que quis demonstrar “a minha indignação pela falta de respeito que os TST têm pelos seus utentes que lhe dão a sua razão de ser”.

A munícipe relembrou que “não é a primeira vez que os utilizadores dos TST ficam horas a aguardar carreiras quer no Montijo, quer em Lisboa, e há pessoas que já têm dificuldades no emprego porque é difícil justificar sempre os atrasos” e criticou também o posicionamento da autarquia “porque não é a primeira vez que isto aconteceu e faz as vezes que quiser, uma vez que ninguém lhes faz frente”.

Aos munícipes respondeu a vice-presidente Maria Clara Silva, esclarecendo que “a Câmara Municipal nada tem a ver com as atitudes dos TST, e este protocolo que foi assinado com a empresa não é da autarquia. Temos consciência que há um problema grave nos transportes públicos que transtornam a vida de todos, porque a empresa não está a cumprir o que foi contractualizado em vários municípios. As Câmaras do Montijo, Moita e Palmela conseguiram a reposição das carreiras que a empresa retirou, mas apenas podemos reivindicar para que a empresa cumpra aquilo a que se comprometeu.”

O vereador Ricardo Bernardes explicou as competências da autarquia no âmbito do processo desenvolvido na AML na área dos transportes intermunicipais “mas a Câmara Municipal estará sempre atenta aos interesses dos munícipes no que respeita aos transportes.

E por isso quando o executivo foi confrontado com as reduções e eliminações de carreiras e horários, tomou de imediato uma posição firme junto da AML – Área Metropolitana de Lisboa que é a entidade competente neste assunto, mas também junto da administração dos TST, para que estas fossem retomadas, o que resultou na reposição de algumas, mas continuamos a bater-nos para que sejam repostas todas as outras carreiras e horários”.

Sobre as perturbações nas carreiras 431 e 435 referiu que “não temos factos para saber quais foram as razões, a primeira explicação que os TST nos deram prendia-se com a falta de pessoal, mas de imediato reportámos à AML e exigimos uma rápida resolução do problema.

No entanto, não podemos garantir que vamos colocar mais autocarros ou contratar mais pessoas porque isso não depende da autarquia e dizê-lo seria estar a mentir aos munícipes. Apenas podemos garantir que faremos uma luta intransigente pelo direito à mobilidade dos cidadãos.”

Os deputados da oposição solidarizaram-se com as queixas dos munícipes sobre o problema, com Pedro Viera (PSD) a considerar “que o pacote de soluções que foi negociado não é suficiente e por o PSD sempre alertou para esse facto e quando verifica que a Câmara Municipal responde que não tem competências, isso é falso, porque as competências são da autarquia, mesmo que sejam delegadas noutra entidade.

A competência nunca deixa de ser do órgão que a tem por lei, e é este que pode sempre exigir o seu cumprimento. O facto de delegar algo, não perde a sua responsabilidade.”

Avelino Antunes (CDU) frisou que “a melhoria à vida das populações que a redução do preço dos transportes trouxe, tinha de ser acompanhada pela melhoria destes. É evidente que se deu uma delegação de competências à AML mas há que ter a força para negociar. Delegar competências é ter mais responsabilidade e garantir o bem-estar da população no que diz respeito à mobilidade.”

Cipriano Pisco (BE) relembrou que “não há apenas o problema de quem vai daqui para Lisboa, mas também de quem vem para cá, como aconteceu esta semana onde estiveram 300 pessoas numa fila à espera mais de três horas. O problema tem de ser enquadrado politicamente e embora a transferência de competências tenha sido aprovadas neste órgão, isso não impede que tenhamos uma opinião e uma intervenção directa no processo.”

Também João Merino (CDS-PP) se solidarizou com os utentes dos TST e considerou que “a medida do passe único foi, como se está a ver, uma verdadeira trapalhada, mal preparada e sem garantir a sustentabilidade do serviço perante o aumento da procura, não passando de uma medida eleitoralista e populista.”

O deputado considerou ser “muito grave vermos a GNR ser chamada para manter a ordem nas paragens, e tudo isto atingiu o limite do razoável” frisando que “a Câmara Municipal e a Autoridade Municipal de Transportes têm de assumir as suas responsabilidades e exigir que os montijenses sejam servidos convenientemente e não tenham de passar três horas na Gare do Oriente à espera do autocarro para casa”.

Entre outras questões abordadas na reunião foi aprovado um voto de pesar pelo falecimento de Jacinta Ricardo proposto pela CDU, subscrito por todos os deputados municipais, seguido por um minuto de silêncio.


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